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Sociedade

Fátima dá nome a estação ferroviária que fica a 23 quilómetros do Santuário

Tem o nome de Fátima, mas a estação ferroviária em Chão de Maçãs, no concelho de Tomar, dista 23 quilómetros do santuário com o mesmo nome, o que provocar equívocos a quem lá desembarca.

Estação de Fátima (fotografia: Nuno Abreu)

Tem o nome de Fátima, mas a estação ferroviária em Chão de Maçãs, no concelho de Tomar, dista 23 quilómetros do santuário com o mesmo nome, situação que continua a provocar equívocos a quem lá desembarca.

“Quando chega aqui, muitas vezes, o turista diz assim: ‘Mas isto aqui não é Fátima? Mas está marcado ali Fátima e não é Fátima?’”, relatou à agência Lusa Manuel Conde Cavalheiro, taxista de 73 anos, 29 dos quais na praça de Chão de Maçãs, acostumado a desfazer estes equívocos e a solucioná-los, transportando ao (verdadeiro) destino os turistas.

O taxista contou que a surpresa toma conta de muitas pessoas que têm como destino Fátima.

“Vêm enganados”, resumiu Manuel Conde Cavalheiro, que já viu passageiros chegar e, depois de perceberem o engano, a partirem no comboio seguinte: “Por vezes até dizem ‘eu não venho prevenido e nem pensei que era tão longe’ e regressam no próximo comboio”.

José Rodrigues, de 61 anos, que se preparava para apanhar o comboio, acrescentou: “É uma estação que engana muito, porque Fátima é muito longe daqui. Às vezes as pessoas chegam aqui e ficam perdidas, começam à procura do santuário, onde é que está o santuário, mas não veem nada aqui em volta”.

Na década de 1950, mais de 30 anos depois dos acontecimentos da Cova da Iria, a estação já tinha o nome de Fátima, supondo-se que a mudança para essa designação decorreu do crescente número de passageiros com destino ao santuário que aqui desembarcavam.

“Nessa época, o transporte para longe era o comboio, porque havia poucos carros, poucos autocarros”, explicou João Guilherme, de 64 anos, também taxista, referindo que os peregrinos com “mais dinheiro” seguiam, depois, de Chão de Maçãs para Fátima em “carroça ou charrete”.

“Os outros iam a pé”, continuou João Guilherme, sublinhando que esta estação ferroviária é a mais próxima da cidade-santuário, pouco menos que Caxarias, no concelho de Ourém, município que chegou a reivindicar o nome Fátima para esta estação.

Para o taxista, hoje já não há lugar a equívocos, porque a Internet esclarece: “Quando aqui chegam já sabem a distância, os preços, tanto de autocarro como de táxi, hoje já vêm elucidados”.

A distância vai ficar mais curta com a conclusão do itinerário complementar (IC) 9, que liga Tomar à Nazaré e que contempla um nó próximo de Fátima, adiantou por seu turno João Ferreira, taxista de 46 anos.

“Esse tal IC9 poderá aproximar um bocadinho a estação da cidade”, considerou.

Indiferente ao nome da estação, Teresa Lousada, de 52 anos, criticou o encerramento da bilheteira, depois de obras de remodelação que deixaram a estação “muito bonita”, mas que, no seu entender, não se traduz em mais passageiros.

“Sou de Tomar, utilizo-a diversas vezes para ir para Coimbra”, declarou a utente que, além das críticas por a estação se encontrar fechada, assinalou o facto de já ter sido “bastante mais” movimentada do que nos dias de hoje.

Lusa (texto)
Nuno Abreu (fotografia)


Secção de comentários

  • Fernando Campos disse:

    Idem, idem,

    Gostaria de saber se na Estação de Comboios de Fátima existe autocarros para o santuário, seus horários e preços.
    agradeço a sua resposta
    obrigada
    Fernando

    • rleiria disse:

      Caro leitor, sugerimos que contacte a CP ou a Câmara Municipal de Ourém. Por ocasião das comemorações do centenário das Aparições, a 12 e 13 de maio, está prevista uma alteração nos serviços de transporte, de forma a servir melhor todas as pessoas que nessa ocasião pretendem dirigir-se a Fátima. No entanto, são aquelas duas entidades que, neste momento, o podem informar com rigor. Obrigada.

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