Estudos apontam para que 50% da felicidade seja de influência genética e que 10% dependa de circunstâncias. Ficam 40% que podemos influenciar, à mercê da nossa vontade. Quando me apercebi disto não queria acreditar. Este número não me saía da cabeça, mas fazia sentido. Lembrei-me das vezes em que conheci pessoas que aparentavam não ter razões para serem felizes e eram-no, e vice-versa.
Há também estudos que mostram que algumas mudanças na vida não têm impacto permanente. A probabilidade diz que tanto os que ganham o euromilhões como os que passam por uma doença grave têm os seus níveis de bem-estar alterados, mas com o tempo voltam ao normal. Podemos de facto influenciar 40% dos nossos níveis de bem-estar, parece é que isso exige um esforço pessoal para que os resultados sejam duradouros e conquistados ao longo do tempo. A boa notícia é que depende da vontade de cada um.
Os cientistas têm-no dito: passamos 2/3 da vida a fazer coisas que não escolheríamos fazer. É preciso sermos capazes de traçar o nosso destino, de avançar para projetos que nos deem prazer, estabelecer metas.
Nos últimos 50 anos ficámos mais ricos, mas menos felizes e mais solitários. Na sociedade, temos estado a orientar-nos para o individualismo (“eu”, os meus objetivos, a minha empresa). Seja qual for o contexto, a felicidade cria-se nas relações, precisamos uns dos outros. E a felicidade depende também do que nos rodeia. Receber é tão importante quanto dar.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>O nosso cérebro teima em colocar a felicidade na linha do horizonte. Vou ser feliz quando entrar para aquele curso, vou ser feliz quando entrar para aquela empresa, vou ser feliz quando for promovido ou tiver o meu primeiro filho. Há que aprender a usufruir. Apreciar o simples. Um bom pitéu de caracóis, um passeio com amigos ou um beijo da namorada.
É verdade que por vezes é difícil, mas é importante lembrar que temos a capacidade de superar qualquer obstáculo. Há que não viver na ânsia de ser feliz, nem fugir das dificuldades. É necessário aceitá-las como parte da vida, como parte de nós.
(texto publicado a 7 de marco de 2013)