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Olhares: Recomeçar…

Direito mais do que justo para qualquer trabalhador, ter férias é, cada vez mais, um privilégio.

David Barreirinhas, pároco de Formigais, Ribeira do Fárrio e Rio de Courospadrebarreirinhas@gmail.com
David Barreirinhas, pároco de Formigais, Ribeira do Fárrio e Rio de Couros padrebarreirinhas@gmail.com

Direito mais do que justo para qualquer trabalhador, ter férias é, cada vez mais, um privilégio. Felizmente para muitos, pelo menos na sociedade portuguesa e nas que se regem por critérios de democracia.

Mesmo nesses, no entanto, cresce o número dos que não podem ter férias, porque não têm um emprego. Um aparente paradoxo que desafia, por um lado, à procura do equilíbrio social; e, por outro, à necessária valorização do tempo de férias, dos dias de descanso, de encontro com familiares, amigos e conhecidos.

Neste ano, o recomeço acontece, uma vez mais, entre muitas instabilidades. Elas atingem diversificados contextos sociais: nos tribunais, na educação, na política, no desporto, na economia.

Muitos processos arras­tam-se no tempo e parecem uma bola de neve rumo a um abismo colectivo: alguns tribunais andam com a casa às costas, alguns professores estão longe de conhecer a sua escola e os seus alunos, os políticos continuam a viver da demagogia e alguns mesmo da mentira, no futebol, tudo continua dependente de resultados positivos ou negativos conquistados nos relvados, e nos mundos da economia, os rumos vão sendo ditados por estatísticas de crise.

Apesar de tudo, cada pessoa recomeça! Tudo vai andando, no rebanho ou no restolho, com mais ou menos estratégias diante do futuro.

Escrito de acordo com a antiga ortografia

(texto publicado na edição de 4 de setembro de 2014)