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Palavras sem amarras: Ligações afetivas (III)

Como muitos de nós, gostei do fim de semana do festival “A porta”.

Graça Poças Santos, professora graca.santos@ipleiria.pt
Graça Poças Santos, professora graca.santos@ipleiria.pt

Como muitos de nós, gostei do fim de semana do festival “A porta”. As nossas cidades precisam destes eventos para se animarem e para que as pessoas que as frequentam usufruam dos espaços, sem a pressa do dia-a-dia. Só assim nos reencontramos com o espaço urbano, observando detalhes em que nem sempre reparamos. Trazem vida e claro, negócio, que também é preciso. É agradável calcorrear as ruas da cidade antiga, cruzando-nos com amigos e conhecidos…

No entanto, esta iniciativa deu-me que pensar! Um dos elementos patrimoniais que carateriza e identifica a paisagem de Leiria é, sem dúvida, o Castelo. Apesar de animações pontuais em certas alturas do ano, a cidade continua distante do seu principal monumento, o qual carece de formas de articulação com a urbe e formas de utilização e animação regular ao longo de todo o ano. Tenho, por exemplo, saudades do projeto “O Alcaide Convida”!

Falo disto porque as minhas ligações afetivas com o património da cidade de Leiria prendem-se, em primeiro lugar, com o Castelo. De vários pontos da cidade há sempre ângulos diferentes e luminosidades novas a descobrir. Quando estamos na Praça Rodrigues Lobo ele aparece-nos imponente. Quando o observamos do Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, parece que uma colina fala com a outra de igual para igual…

(texto publicado na edição de 16 de outubro de 2014)