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Crónica irregular: Das eleições e do Brasil

A eleição de domingo foi ganha por Dilma de forma “resvés Campo de Ourique”, mas ficou marcada pela incrível violência exposta nas redes sociais.

Adriana Afonso, jornalista desempregadaadriana.afonso@sapo.pt
Adriana Afonso, jornalista desempregada adriana.afonso@sapo.pt

Domingo, 26 de outubro de 2014, 21h55 em Portugal Continental. Nessas alturas, o fuso horário dá cabo dos nervos de qualquer um. Faltam cinco minutos para saber o resultado do segundo turno das eleições para presidente no Brasil. Por vários motivos, eu queria a reeleição da presidente (ou presidenta, como muitos preferem referir) Dilma.

Desde 1998 conheci vários brasileiros que tinham vindo para Portugal em busca de um futuro melhor. Nos últimos anos, a maior parte retornou. Efeitos da crise em Portugal? Talvez. Contudo, pela via académica, também tive o prazer de verificar o aumento no acesso de jovens brasileiros ao ensino superior. São milhares os estudantes do Brasil que estão em Portugal a concluir licenciaturas, mestrados ou doutoramentos. Muitos estão cá ao abrigo de programas do Governo brasileiro e, sem esse apoio, isso seria praticamente impossível.

A eleição de domingo foi ganha por Dilma de forma “resvés Campo de Ourique”, mas ficou marcada pela incrível violência exposta nas redes sociais. Esta, mais do que os resultados, mostra o quanto os brasileiros estão divididos. O preconceito em relação às pessoas do Nordeste continua, e a falta de respeito em relação à opinião dos outros também. O Brasil tem um “novo” Governo, mas quem constrói o futuro é o povo.

(texto publicado na edição de 30 de outubro de 2014)