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Sociedade

Deputado António Gameiro confirma buscas em processo que levou à detenção de autarca do Algarve

António Gameiro é deputado e candidato do PS à Câmara de Ourém, aguarda que seja levantada imunidade parlamentar, “para colaborar com a Justiça”, refere.

foto do deputado António Gameiro no Parlamento

O deputado António Gameiro confirmou hoje que a Polícia Judiciária fez buscas às suas duas casas e ao escritório onde é consultor, no âmbito do processo que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.

“Ontem [terça-feira], a Polícia Judiciária realizou buscas às minhas duas casas e ao escritório onde sou consultor, não tendo encontrado qualquer elemento de prova da prática de qualquer crime”, disse à agência Lusa o deputado socialista.

“De qualquer forma estou disponível para que me seja levantada de imediato a imunidade parlamentar, para me poder defender e colaborar com a Justiça, uma vez que até agora não fui notificado desse pedido de levantamento”, adiantou António Gameiro, candidato do PS à Câmara Municipal de Ourém, nas próximas eleições autárquicas.

O parlamentar, advogado, de 50 anos, afirmou desconhecer “os termos deste processo” no qual é suspeito, mas declarou-se “de consciência tranquila”.

“A minha única ligação a este processo é de natureza estritamente profissional, como consultor de um escritório de advogados”, acrescentou, precisando que, “no âmbito da consultadoria, apenas” recolheu informação, solicitou pareceres e redigiu cartas, “a pedido do escritório, por solicitação da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.

O socialista garantiu ainda que mantém as funções de deputado e que continua como candidato à Câmara de Ourém.

Quatro pessoas foram detidas na terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação de um negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António, informou a PJ.

“No decurso desta operação, denominada Operação Triângulo, foram detidas quatro pessoas, uma delas titular de cargo político”, é referido no comunicado na PJ.

Segundo a PJ, entre os detidos, todos com idades entre os 50 e aos 70 anos, “estão ainda um trabalhador da Administração Pública e dois empresários”.

Em causa estão “factos suscetíveis de integrarem a prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder”, havendo “suspeitas de atuação ilícita de titular de cargo político, que beneficiou da colaboração de funcionários, bem como outros intervenientes, na intermediação de um negócio, de compra de imóvel, propriedade do município, na praia de Monte Gordo”, lê-se ainda no comunicado.

A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD), está entre os detidos, tal como o empresário leiriense Carlos de Matos, que atua em várias áreas de negócio, sobretudo na área da promoção imobiliária.

De acordo com a PJ, foram realizadas “cerca de duas dezenas de buscas, designadamente domiciliárias, em estabelecimentos e escritórios de advogados”, diligências que “tiveram lugar na região do Algarve, Lisboa, Leiria e Ourém”.

Nas buscas às residências dos suspeitos, escritórios de advogados e numa instituição bancária “foram apreendidos vários documentos, objetos e matéria probatória que irá ser analisada”, é acrescentado no comunicado.

A operação foi desencadeada pela diretoria do Sul da Polícia Judiciária, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Évora.

Contou ainda com a colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Diretoria do Centro e do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária.

Entretanto, o DIAP Regional de Évora divulgou que, “além de outros atos que se suspeita terem sido de favorecimento a particulares em adjudicações de serviços, desvio de fundos do município e favorecimento pessoal (desde pelo menos 2018), está em investigação a alienação de terreno municipal a empresa de investimentos no ramo imobiliário, em troca de benefícios financeiros indevidos”.

“Em causa estão, designadamente, crimes de corrupção passiva e ativa, prevaricação, peculato, abuso de poder, todos de titular de cargo político agravado e de crime de corrupção ativa”, acrescenta o DIAP de Évora na sua página na internet.

Com Lusa

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