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Sociedade

GNR alerta para aumento de crimes de burla. Em Leiria, cresceram 13,5%

GNR deixa vários alertas e recomendações para prevenir burlas em situações de compra e venda online, uso de MB Way e publicações na internet.

A nível nacional, foram registadas 21.548 participações por crime de burla, mais 20% do que no ano anterior

Com 909 crimes de burla participados à GNR no ano passado, Leiria surge como o 9º distrito com mais casos reportados. Considerando as 801 queixas feitas em 2022, o aumento ronda os 13,5%, ainda assim abaixo da média nacional que chega aos 20%.

Segundo o balanço provisório divulgado este sábado pela GNR, foram registados, em 2023, 21.548 crimes de burla contra 17.969 no ano anterior (mais 3.579) em todo o país.

Com 3.192 queixas, o Porto lidera a lista dos distritos e regiões com mais queixas, seguindo-se Setúbal (2.653), Lisboa (2.527), Aveiro (2.245), Faro (2.166), Braga (1.662), Santarém (1.198) e Viseu (1.025)

As burlas informáticas e nas comunicações são as mais recorrentes, tendo suscitado 7.303 participações à GNR em todo o país no ano passado (contra 6.518 em 2022) seguindo-se 3.079 burlas com fraude bancária (contra 2.630 no ano anterior).

Ainda a nível nacional, a GNR dá conta de que as ocorrências com maior incidência respeitam a crimes perpetrados na compra e venda de bens, uso de MB Way e publicações na internet, num total de 6.201 participações.

Enquanto as burlas no âmbito de compras e venda e através de publicações na internet aumentou (de 2.649 para 3.127 casos e de 1.484 para 1.737 casos respetivamente), desceram as participações que envolvem o uso de MB Way (de 1.604 para 1.337).

Cuidados a ter em situações de compra e venda

Face à dimensão da problemática, e no sentido de alertar e sensibilizar a população para o risco de burlas relacionadas com compras e vendas, a GNR deixa várias recomendações.

“Não aceite métodos de pagamento que desconhece nem siga instruções de estranhos”, aconselha. “Informe-se primeiro sobre qualquer serviço novo de pagamento junto do seu banco” e “nunca adicione/associe um número de telemóvel que não seja o seu ou que desconhece a serviços bancários”, acrescenta.

Não fornecer dados confidenciais ou pessoais via correio eletrónico ou SMS, não seguir ligações recebidas via correio eletrónico ou SMS e verificar o extrato da sua conta bancária com regularidade são outras medidas de prevenção.

Recomendações para quem usa MB Way

No que toca ao uso da plataforma MB Way, a GNR adianta que, “por norma, o suspeito contacta a vítima, mostrando-se interessado em comprar determinado produto que se encontra à venda online (ex: redes sociais, plataformas de venda online) e refere que pretende efetuar o respetivo pagamento através da plataforma MB Way, alegando ser uma forma mais fácil e eficaz”.

Quem desconhecer o funcionamento da aplicação pode, contudo, ser alvo de burla, havendo registos de situações em que a vítima é convencida a deslocar-se a uma Caixa Multibanco (ATM), e seguindo as indicações do burlão, “acaba por associar o número de telemóvel deste aos dados da sua aplicação, sendo informadas que o dinheiro ficará disponível com brevidade”. “A partir desse momento, o suspeito fica com o controlo total de acesso à conta bancária da vítima, através da aplicação”, adverte a GNR.

Noutros casos, “e depois de conseguir que a vítima aceite receber o valor por MB WAY, o burlão seleciona, na sua aplicação, a opção ‘Pedir dinheiro’, em vez de selecionar a opção ‘Enviar dinheiro’”. “A vítima, desconhecendo em pormenor o funcionamento da aplicação e encontrando-se a aguardar o envio do dinheiro, é informada pelo suspeito de que já fez a transferência e que é só aceitar. Ao selecionar a opção de aceitar, a vítima acaba por ser burlada”, sublinha ainda a GNR, referindo que as vítimas são escolhidas de forma aleatória, de entre as pessoas que possuem artigos à venda nas redes sociais e em plataformas de vendas online. 

Conselhos para compras seguras na internet

Apelando à denúncia de suspeitas de burla junto das autoridades policiais ou por via eletrónica através da plataforma https://queixaselectronicas.mai.gov.pt, a GNR deixa os seguintes conselhos para fazer compras de forma segura na internet.

  • Comprove que a loja online é segura, procure informações sobre a mesma na Internet, nomeadamente se dispõe de endereço físico, número de telefone, email e fax;
  • Assegure-se que na página web aparece identificado o responsável da loja online e a sua localização;
  • Desconfie sempre das ofertas demasiado atrativas, promoções imperdíveis e valores muito abaixo do mercado;
  • Certifique-se que o site adota medidas de segurança para garantir a privacidade dos seus dados;
  • Após a compra fique atento ao seu extrato bancário;
  • Tenha um antivírus atualizado no seu computador;
  • Faça compras em páginas seguras. Para efetuar esta verificação, confirme que o endereço começa por “https://”.

Cuidado com compras e vendas de veículos

Ainda segundo a GNR, tem sido reportadas burlas na compra e venda online de veículos e explica um dos métodos registados.

“Por norma, o suspeito deteta o veículo à venda online e contacta o vendedor, dizendo que está interessado na viatura e que gostaria de ver/testar o mesmo, marcando um dia e local para o fazer. No hiato temporal entre o contacto e o encontro com o proprietário, o suspeito coloca a referida viatura à venda online como sendo seu, por um valor muito inferior ao preço de mercado, aumentando assim exponencialmente o interesse no veículo, conseguindo desta forma arranjar facilmente um potencial comprador interessado (terceira pessoa). No dia da visita/teste à viatura, o suspeito contacta o legítimo proprietário, informando que não será ele a ver o veículo, mas sim outra pessoa, pedindo-lhe para não mencionar valores monetários. Após a visita efetuada, o suspeito informa o legítimo proprietário que quer comprar a viatura e que lhe irá efetuar uma transferência bancária, enviando-lhe um comprovativo de transferência bancária (não efetivada). Já na posse dos documentos do veículo, o suspeito negoceia a sua venda à pessoa que efetuou a visita ao veículo, e desta forma quando o legítimo proprietário se apercebe que a transferência bancária não foi efetivada, o suspeito já realizou a venda e mudança de propriedade do veículo para a terceira pessoa (a que efetuou a visita)”, explica a GNR no mesmo comunicado.

“Esta é uma burla que por norma, lesa duas pessoas, o vendedor (legítimo proprietário) e comprador (terceira pessoa)”, alerta ainda.

Para que sejam evitadas burlas, a GNR aconselha que confirme a identidade do vendedor/comprador; suspeite de valores abaixo do valor de mercado; suspeite dos intermediários envolvidos no negócio; apure, no momento da visita/teste, todos os pormenores do negócio; e confirme a efetividade da transferência bancária/pagamento antes de entregar a documentação do veículo.

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