Este domingo há eleições. Se o acto eleitoral deveria ser sempre encarado como um dever a cumprir, tal não acontece por cá. Ir a votos não se enquadra com o perfil português. “Não vou lá fazer nada”, “tenho mais que fazer”, “já combinei outra coisa” ou “não muda nada” são das frases mais ouvidas sempre que há eleições. Desde o 25 de Abril de 1974, a abstenção nas eleições autárquicas subiu até os 41% verificados em 2009.
Acredito que este domingo essa fasquia não vai ser ultrapassada, em parte graças a dois factores: a “invenção” das “super freguesias” e dos seus inúmeros candidatos e o afastamento táctico dos candidatos às câmaras municipais dos partidos políticos.
Dito de outra forma, mais candidatos significa mais propaganda, mais encontros, mais pessoas na rua e todos temos os nossos preferidos. Daí resultará mais votos, mas fracturados (muitos com pouco). Ao mesmo tempo, poucos são os que querem o logótipo deste ou daquele partido nos seus cartazes – ainda que agradeçam a máquina de comunicação do partido para os eleger –, já que a credibilidade dos políticos anda ao nível das conquistas dos Benfica…
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Mas mesmo se esta democracia assume, por vezes, tiques de ditadura, ainda é possível fazer (alguma) diferença. Haja vontade. Respondendo ao título, vá votar. Faça a diferença.
Escrito ao abrigo do anterior Acordo Ortográfico.
(texto publicado na edição de 26 de setembro de 2013)