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Quilómetro 130: Aeroporto em Monte Real

Serve esta história para vos dizer que ainda hoje não entendo por que se insiste neste tema, uma vez que há muito se sabe ser essa uma solução impossível.

Cláudio de Jesus, engenheiro do Ambiente claudiojesus2012@gmail.com

Em 1995, desenvolvi a minha atividade profissional na então denominada Associação de Municípios da Alta Estremadura. Foi uma época intensa e de árduas negociações com o poder central, com o governador civil (Carlos André), deputados e autarcas da região (recordo Lemos Proença, Raul Castro, José Ferreira e Álvaro Órfão, entre outros) a lutarem afincadamente por mais e melhores apoios para a nossa região.

Um dos projetos que mais tempo ocupou aos políticos dessa época foi o da tentativa de abertura ao tráfego civil do aeroporto de Monte Real. Recordo-me de incontáveis reuniões com o ministro da Defesa e com o chefe de Estado Maior da Força Aérea, na tentativa de conduzir os decisores políticos e militares a uma solução que permitisse o usufruto daquela extraordinária pista pela aviação civil.

O resultado deste gigantesco esforço foi nulo, uma vez que nunca foi possível encontrar uma solução favorável aos interesses das autarquias e da região, pois o principal argumento era irrefutável: a NATO não o permitia.

Serve esta história para vos dizer que ainda hoje não entendo por que se insiste neste tema, uma vez que há muito se sabe ser essa uma solução impossível.

Concentrem-se isso sim, os políticos da região, em fazer de Monte Real um destino turístico de excelência, alicerçado naquilo que de melhor a vila tem: as termas.

(texto publicado a 7 de setembro de 2012)