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Play it, Sam: The end

Opto por escrever sobre o Plano Nacional de Cinema, apresentado em setembro e que arrancará em 23 escolas para já. São dezenas de filmes, podendo a lista ser vista através de uma busca na net.

João M. Alvim, advogado jmalvim@gmail.com

Termino a minha colaboração com o Região de Leiria com este texto. Nem sempre a regularidade desta coluna foi a desejável, mas a conciliação de agendas nem sempre ajudou. De qualquer forma, acabo com a sensação de missão cumprida, agradecendo desde já ao Manuel Leiria o incentivo e a paciência para que este espaço se mantivesse até final.

E porque de fim se trata, seria lógico que se fizesse um balanço. O melhor de 2012, por exemplo. O melhor de sempre (para mim). Mas não. Opto por escrever sobre o Plano Nacional de Cinema, apresentado em setembro e que arrancará em 23 escolas para já. São dezenas de filmes, podendo a lista ser vista através de uma busca na net. Não me cabe a mim, tanto que não sou crítico, mas mero cronista, aferir da qualidade da tal lista que, do 5º ao 12º, supostamente dará aos alunos uma perspetiva mais integrada sobre a 7ª arte e a sua história, indo além da mera ida à sala de cinema ou não deixando apenas para alguns grupos de curiosos explorar certos géneros ou realizadores. Cada lista é uma lista e corre-se sempre o risco de ficar algo bom de fora (ver, nesse aspeto, a lista de Lauro António no seu blog – http://lauroantonioapresenta.blogspot.pt/2012/09/plano-nacional-de-cinema.html -, bem mais coerente com o propósito de agarrar os alunos à história do cinema), embora nem uma nem outra, para usar o exemplo do ex-secretário de Estado da Cultura, tenham um filme de Tarantino, um nome incontornável das últimas décadas. Mas adiante, que mais vale ter algo que coisa nenhuma, principalmente quando o algo promete duas coisas: habituar o ouvido ao cinema português (são vários os filmes) e mostrar que, há mais de um século, a capacidade de fazer sonhar ou de consciencializar é cumprida na perfeição pelo cinema. E esse testemunho à capacidade e ao engenho humano deve ser lembrado sempre que possível. Quanto mais não seja, para que no futuro o cinema não sirva apenas como pretexto para comer fast-food.

Até sempre. That’s all, folks!

(texto publicado a 14 de dezembro de 2012)