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Hugeek: O que quero estar a fazer daqui a 10 anos?

A pergunta às vezes é feita em entrevistas de emprego. Confesso que nunca tive a certeza da sua validade ou relevância.

Hugo Menino Aguiar, presidente da Associação Fazer Avançar hma@fazeravancar.org

A pergunta às vezes é feita em entrevistas de emprego. Confesso que nunca tive a certeza da sua validade ou relevância.

A pergunta é importante, não no contexto da entrevista mas para nós. Também não é para viver na frustração e nem para meter a felicidade na linha do horizonte. Antes pelo contrário, é para dar mais sentido ao que fazemos hoje.

O exercício é simples e poderoso, pensar no que quero fazer daqui a 10 anos. Seja ser dono de um cabeleireiro, ter uma cadeia de restaurantes em Portugal, ser diretor de marketing, o melhor chefe de cozinha da cidade, pintor ou agricultor. Independentemente da resposta o importante é ter uma.

Ter uma resposta permite-me identificar as competências que são necessárias para desempenhar essa função. Depois, posso comparar com aquelas que já tenho e identificar as que ainda não desenvolvi ou possuo. Se souber as competências que tenho que desenvolver e adquirir, posso definir um plano. E é importante que quem me rodeia conheça essa minha ambição, especialmente no contexto de trabalho, pois haverá tarefas que me permitirão desenvolver essas competências e isso será benéfico para mim e para a empresa. Sentir-me-ei mais motivado e serei mais produtivo. Este exercício aplica-se a todas as empresas, independentemente do tamanho, quer seja um pequeno café, quer seja uma multinacional, sendo da responsabilidade tanto do empregador, como do colaborador.

Mesmo que o meu plano não passe pela empresa atual, o exercício funciona na mesma! É normal que não passe, a maior parte das empresas não tem capacidade para ter um processo de crescimento de carreira bem definido. Querer estar noutro lugar no futuro, não quer dizer que não possa fazer a diferença no trabalho atual. É preciso haver esforço para se ser capaz de trazer valor aos projetos, mudá-los se for necessário e estar disposto a ser feliz no trabalho que se faz e, claro, ter brio.

E não há problema se a resposta mudar amanhã. A minha já mudou três vezes este ano, o importante é que “hoje” faça sentido.

(texto publicado a 30 de maio de 2013)