A nortada é um vento que sopra todo o ano. Não pára porque a economia melhora duas décimas ou porque chegou o Natal. Esta “nortada” que o leitor do REGIÃO DE LEIRIA pôde sentir ao longo de 2013 é tal e qual. Aliás, ambas as nortadas são como o bem e o mal, penetram nos ossos e suscitam sempre uma reacção.
Ao longo do ano, esta nortada tratou do meu relacionamento com Leiria, com o que faz de Leiria, Leiria. E incomodou muita gente. A ideia era essa, agitar as águas, levar o leitor a mexer-se, a pensar, a sentir, a falar. Muitos não gostaram de ler as minhas críticas a Leiria, sei-o bem, mas muito… poucos reagiram. Tal apatia reforça o que aqui escrevi sobre esta incapacidade (ou manifesta falta de interesse) de defender o que a cidade tem de melhor.
Ao longo de 12 meses ataquei esta apatia… literalmente. Corri 1200 kms para angariar material desportivo para uma escola da cidade, mediatizei o projecto, trouxe as televisões à cidade, falei de Leiria, mostrei Leiria. É isto que se pede. Orgulho na cidade. Orgulho em ter orgulho.
Por isso, caro leitor, espero que esta última nortada tenha tido o mesmo efeito que as anteriores. Que o leve a tomar uma posição, a repensar a forma como se sente nesta cidade que tem tudo para ser uma das grandes cidades deste país. Mas não pode é ter medo. Leiria e você.
*Obrigado a todos?
Escrito ao abrigo do anterior Acordo Ortográfico
(texto publicado na edição de 19 de dezembro de 2013)
