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Palavras sem amarras: Abate de árvores

Fico sempre terrivelmente incomodada com a aparente ligeireza com que se deitam árvores abaixo na nossa cidade e parece que também em cidades vizinhas, como a Marinha Grande.

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Graça Poças Santos, professora graca.santos@ipleiria.pt

Fico sempre terrivelmente incomodada com a aparente ligeireza com que se deitam árvores abaixo na nossa cidade e parece que também em cidades vizinhas, como a Marinha Grande.

Quando leio nos jornais, ou verifico nos locais por onde passo, que mais uma árvore desapareceu tenho uma sensação quase física de perda. Um dia destes acordei ao som de uma serra elétrica e interroguei-me: que árvore estarão desta vez a abater?

Não sei como quem ordena estes atos e mesmo quem os executa não pensa duas ou três vezes antes de liquidar uma vida que, embora vegetal, demorou décadas a crescer e não é substituível de um dia para o outro.

Bem podem promover atividades para crianças no dia da árvore ou do ambiente… De pouco servirão, em termos de educação das novas gerações, perante esta exibição pública e despudorada de tanta falta de respeito para com a natureza.

Convenhamos que há uma dose elevada de hipocrisia em comemorar essas datas e, por exemplo, como fizeram há tempos junto aos Paços do Concelho, cortar cerce tantas árvores que davam sombra no verão a quem passava por ali.

Como ficou evidenciado numa recente reportagem do RL, os (maus) exemplos multiplicaram-se e multiplicam-se, infelizmente, por várias ruas e largos de Leiria, ao longo do Marachão,… alterando a fisionomia e a paisagem urbana. Ninguém para estes predadores?

(texto publicado na edição de 24 de julho de 2014)