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Lobo frontal: A Cultura como marca

Aparentemente antagónicos, nos nossos dias estes dois conceitos estão cada vez mais ligados e em ambos os sentidos. Se por um lado o Marketing Cultural há muito que se tornou essencial no processo de desenvolvimento das marcas, também a própria Cultura, por exemplo, enquanto marca de uma cidade ou região é hoje uma realidade.

poliveira@sistema4.pt

Aparentemente antagónicos, nos nossos dias estes dois conceitos estão cada vez mais ligados e em ambos os sentidos. Se por um lado o Marketing Cultural há muito que se tornou essencial no processo de desenvolvimento das marcas, também a própria Cultura, por exemplo, enquanto marca de uma cidade ou região é hoje uma realidade.

Tomemos por exemplo, a cidade de Leiria. Nos últimos anos, fruto da vontade de fazer acontecer de algumas associações e movimentos, da aposta clara do Município no apoio a equipamentos e actividades culturais das mais diversas áreas, da riqueza patrimonial existente e ainda do decurso regular de outras dinâmicas num plano mais académico e profissional, a cidade começou a notabilizar-se pela sua efervescente variedade Cultural. Este facto, em tempos de grande competição entre territórios, tornou-se numa vantagem, num argumento de divulgação muito válido e que pode fazer a diferença. Eventos como o Entremuralhas, o réveillon, as reconstituições históricas, as inúmeras exposições, os diferentes festivais, jornadas e encontros, os museus e os prémios conquistados e até o próprio Festival A Porta são apenas alguns exemplos que dão suporte a esta ideia que marca a Leiria desde início de século.

Por outro lado, as marcas e os diferentes sectores empresariais (localmente, ainda não na dimensão e volume que seria expectável) também já usam a Cultura e os próprios eventos culturais, como chave, como alavanca, para chegar mais próximo do coração (ou será da cabeça!?) dos seus consumidores, e desta forma, garantirem a sua preferência no momento da decisão ou da compra. Afinal, a Cultura é, na maioria das vezes, também lazer, e todos nós preferimos sentir, viver e recordar os bons momentos.

Nota: Entenda-se este espaço de opinião como uma partilha de perspectivas pessoais acumuladas nestes mais de vinte e cinco anos de trabalho com projectos de comunicação e marketing, sobretudo da região, e não tanto como fundamento técnico para uso académico ou profissional.

O autor escreve ao abrigo do antigo acordo ortográfico.