De repente vi-me mãe de três filhos maiores. Ainda ontem este último tinha nascido e já entrou na maioridade. E este, por ser o mais novo, foi criado mais à solta mais à balda, sem álbum de primeira papa, sem fotos do primeiro banho, sem apontamentos da data do primeiro dente a nascer ou a cair. As roupas eram recicladas para o terceiro e só quando começou a ter vontade própria começou a exigir guarda-roupa não partilhado. Contudo no terceiro filho, somos mais profissionais. Já não corremos ao pediatra à primeira febre ou achamos que vão ser delinquentes à primeira má resposta. Achamos que passa. Se passou aos outros a este também há de passar. Este mais novo não foi planeado, mas de facto nenhum dos outros o foi. Nem por isso deixou de ser desejado, amado e todas as outras coisas que só os pais, e especialmente as mães, entendem.
E tal como com os outros tive sorte com o que o que me distribuíram. Longe da perfeição mas dentro da humanidade calhou-me um ser humano maravilhoso. Fantástico em tudo, até nos ataques crónicos de preguiça, na desarrumação, na teimosia incoercível e na forma muito peculiar de ver o mundo. Quando lhe ralho porque vou chegar tarde ao hospital ou amua e tenta arrancar a porta do carro quando a fecha pela forma como a impulsiona ou então diz que se não estou contente ainda podemos tentar a adoção. Agora com a maioridade a adoção está fora de hipótese.
O que mais gosto nele é a paixão que tem pelas pessoas, a forma entusiasta como abraça tudo o que gosta, a criatividade e humor com que vê as banalidades do dia a dia. Sempre cheio de ideias e projetos, persegue a seu sentido de felicidade sem perder a coerência dos valores.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Mesmo quando me compara com um cetáceo, vulgo baleia, não me consigo irritar. Ou só me irrito um bocadinho. Coração mole de mãe, é óbvio. Parabéns Vasco
(texto publicado na edição de 15 de maio de 2014)
Carmindo Bento disse:
Tudo em redor do amor! Muito bem!