A semana passada estive a participar como voluntária no XX Acampamento de Escuteiros da Região de Leiria que decorreu na Quinta do Escuteiro, Batalha.
Antes que me comecem a imaginar como uma mulher cheia de qualidades, que não teme abandonar o conforto do lar para ir trabalhar como voluntária, deixem-me confessar a egoísta razão porque fui: os meus dois bravos filhos estavam prontos para ir com D. Nuno defender o Reino, eu temi a solidão da casa e optei por me juntar a eles.
Por lá estive seis dias a tentar viver como um escuta. Nada fácil, porque o bichinho do escutismo nunca quis nada aqui com esta moça. Desconfio mesmo que apenas deve picar aqueles seres especiais que não se importam de passar muitas noites sem dormir a preparar atividades, que percorrem quilómetros a acompanhar os filhos dos outros sem receber recompensa monetárias, que não se queixam pelas noites mal dormidas, pagando do seu próprio bolso para cumprir a máxima “sempre alerta para servir”.
Eu não sou assim. Eu fico birrenta quando tenho sono, resmungo se ando muito a pé, sinto falta dos meus vestidos e do sofá. Mas vivi uma experiência incrível e regressei encantada com a garra dos mais novos e dos Chefes Escutistas, com todo um ambiente de cumplicidade, pelos muitos exemplos que observei e que me fizeram constatar o que eu já desconfiava: eu, com quarenta e três anos, ainda tenho muito que crescer!
(texto publicado na edição de 14 de agosto de 2013)
