O Ministério Público de Figueiró dos Vinhos está a analisar os donativos feitos pela comunidade chinesa em Portugal e que foram entregues à Câmara de Pedrógão Grande.
A recolha de fundos reportava-se aos incêndios de 2017 e o Ministério Público está a ponderar abrir uma investigação ao caso, avança esta segunda-feira o Jornal de Notícias.
A situação, explica o diário, teve origem num processo movido por Isabel Alves, mulher de Valdemar Alves, presidente da Câmara de Pedrogão Grande, contra Carlos David Henriques, ex-presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande.
Carlos David Henriques disse que Isabel Alves tinha marcado presença na entrega dos donativos por parte da comunidade chinesa e a mulher de Valdemar Alves, acusou-o de difamação.
O antigo responsável dos bombeiros acabou por ser absolvido, depois de mostrar, em tribunal, duas fotografias que mostram que a esposa do presidente do município esteve presente na cerimónia de entrega dos donativos por parte da comunidade chinesa, em julho de 2017.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Em tribunal, Valdemar Alves negou qualquer intervenção da mulher. Uma vez confrontado com as fotos, adiantou que Isabel Alves “houvera, apenas e só, intermediado e sido intérprete nos contactos entre si e alguns chineses falantes de língua inglesa”.
O tribunal apontou, por sua vez, as “hesitações e contradições demonstradas pela testemunha”, referindo que “não mereceu credibilidade”, relata o JN de hoje.
Entre junho e outubro, a comunidade chinesa em Portugal entregou a Valdemar Alves donativos no valor de 91 mil euros.
A verba teria como destino o apoio às vítimas dos incêndios. Bombeiros e a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande referem não ter recebido nada.