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Saúde

Associação MulherEndo lança petição para pedir estratégia nacional de combate à endometriose

A instituição do estatuto de doença crónica e a criação da licença menstrual são algumas das reivindicações de quem vive com a doença

Susana Fonseca, autora do livro “A barriga estragada da mamã”, é a fundadora da MulherEndo, legalmente constituída em 2013

A implementação de uma estratégia nacional de combate à endometriose e adenomiose é o propósito da petição pública que a MulherEndo – Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, sediada em Leiria, lançou em meados de abril.

O documento, que já recolheu cerca de 7.700 assinaturas, destaca a escassez de respostas e falta de eficácia do Serviço Nacional de Saúde no diagnóstico e acompanhamento das mulheres com a doença.

A endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença de tecido similar ao do endométrio fora do útero, provocando dores pélvicas crónicas incapacitantes, infertilidade e outros sintomas de grande relevo”, explica Susana Fonseca, presidente de MulherEndo e primeira signatária da petição, frisando “o impacto significativo” da doença na saúde física e mental da mulher e em “todas as vertentes da sua vida”.

Considerando urgente a adoção de mudanças profundas na abordagem do problema que considera “de saúde pública”, a petição defende, para pacientes com diagnóstico de endometriose e/ou adenomiose, a instituição do estatuto de doença crónica, o alargamento da idade para recurso à procriação medicamente assistida, a possibilidade de recolha de ovócitos, a criação da licença menstrual e a comparticipação de medicamentos específicos.

O documento advoga ainda a instituição do Dia Nacional da Endometriose e Adenomiose e que seja recomendado ao Ministério da Saúde a criação de uma comissão de trabalho relativa a esta patologia, que estima afetar mais de 230 mil mulheres em Portugal.

Entre os signatários da petição, constam os nomes de vários profissionais de saúde, entre os quais António Setúbal, diretor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Luz Lisboa, Hélder Ferreira, coordenador do Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva e Endometriose do Centro, Fátima Faustino, coordenadora do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia e do Centro de Tratamento de Endometriose do Hospital Lusíadas Lisboa e a apresentadora Raquel Prates.

A MulherEndo, que cita o exemplo do presidente francês Emmanuel Macron, que em janeiro apresentou “uma estratégia nacional visando gerir, divulgar e diagnosticar a endometriose”, por considerar a doença “não apenas um problema feminino” mas “um problema social e que exigirá a criação de redes regionais”, diz ainda ter solicitado audiências aos partidos políticos com assento parlamentar sobre esta matéria.

A petição pode ser consultada online.

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