Os 40 anos da “Festa da Amizade”, uma das últimas atuações de José Afonso, vão ser assinalados nas Caldas da Rainha com um programa de atividades organizados pelo núcleo local da Associação José Afonso.
“O que faz falta é celebrar José Afonso” é o mote para uma programação que vai prolongar-se ao longo de todo o ano, para assinalar os 40 anos da “Festa da Amizade”, realizada a 5 de fevereiro de 1983, no pavilhão da Mata das Caldas da Rainha.
As comemorações são organizadas pelo Núcleo das Caldas da Rainha da Associação José Afonso (AJA), que integra vários amigos do cantor, que “era uma presença regular na cidade, onde passava férias e mais tarde fazia termas”, explicou à agência Lusa Hélia Mendonça, membro do núcleo e filha de Renato Mendonça, em casa de quem o cantor costumava ficar durante as suas estadas na cidade.
Nesse ano, depois de saberem que José Afonso tinha sido diagnosticado com a doença que o veio a vitimar – esclerose lateral amiotrófica -, “um grupo de amigos juntou-se para organizar a Festa da Amizade”, lembrada pelo núcleo das Caldas da Rainha como “uma festa de solidariedade”, mas também, “um acontecimento cultural de dimensão nacional, que reuniu amigos espalhados pelo país e artistas que lhe eram próximos”.
As comemorações dos 40 anos da festa arrancam a 5 de fevereiro no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, com o lançamento de uma serigrafia com a imagem original da festa, numa coleção de apenas 100 exemplares.
No mesmo dia Francisco Fanhais e Manuel Freire protagonizam um momento musical e uma conversa com convidados e, no café concerto do CCC, é inaugurada uma exposição de fotografia que documenta a festa da amizade.
A programação apresentada hoje integra ainda, no dia 23 de mesmo mês, uma sessão de declamação de poesia de José Afonso e um momento musical com artistas locais, no Café Central, “local que Zeca Afonso frequentava diariamente sempre que estava nas Caldas da Rainha”.
Em março será realizado um concerto e uma mesa sobre a poesia de José Afonso, com a participação de Hélia Correia, Alexandre Pereira Martins e Francisco Fanhais.
Em abril será inaugurada a exposição “Nove capas para o Zeca”, desenhadas pelo escultor José Santa Bárbara e, em data e local ainda definir, será realizada a mesa redonda “A resistência do canto”, com Irene Pimentel, Manuel Freire e Francisco Fanhais.
As mesas, que serão sempre acompanhadas de momentos musicais, e sob o título geral, “Maior que o pensamento”, sendo as exposições intituladas “Vejam bem” e os concertos, “Dia de festa, dia de cantar”, afirmou Lino Romão, do núcleo caldense, explicando haver “sempre uma alusão a músicas de Zeca Afonso”.
A programação do primeiro semestre fecha em maio com o concerto “Zeca e os poetas”, e a mesa “A música de José Afonso no seu tempo e na atualidade”, com Rui Vieira Nery.
“A programação do segundo semestre do ano está a ser preparada”, afirmou Lino Romão, admitindo que na calha estão duas exposições cedidas pela Associação José Afonso, entre outras atividades.
O núcleo das Caldas da Rainha conta com cerca de 30 elementos, alguns deles amigos que privaram com José Afonso.
