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Leiria testa camião elétrico na recolha de resíduos urbanos

Viatura adquirida tem capacidade para 16 toneladas e autonomia para 100 quilómetros.

Investimento no camião ronda o meio milhão de euros, incluindo a infraestrutura para o carregamento Foto: CML

O primeiro camião de grande tonelagem de recolha de resíduos urbanos 100% elétrico, financiado por uma empresa privada e com a caixa montada em Portugal, foi comprado pela EcoAmbiente, responsável pelo serviço no concelho de Leiria.

“É o primeiro passo para a transição energética e promover a neutralidade carbónica” nesta área na cidade de Leiria, explicou na segunda-feira, dia 4, o administrador da empresa, Hélder Baptista, adiantando que o projeto “é muito mais amplo” e inclui a instalação de “uma unidade de produção de energia com painéis fotovoltaicos que garantirá a sua autossuficiência”.

O investimento efetuado pela EcoAmbiente – que faz a recolha de resíduos e a limpeza urbana do concelho desde março de 2022 – “é cerca de três vezes maior do que seria numa viatura tradicional a diesel, na ordem do meio milhão de euros, incluindo a infraestrutura para o carregamento”, explicou Hélder Baptista na sessão de apresentação do veículo, no Jardim da Almuinha Grande.

O administrador adiantou que “a viatura tem 16 toneladas de capacidade e só há outra desta natureza em Portugal, em Cascais, adquirida pela empresa municipal. Depois, há mais 100% elétricas, mas de 3,5 até sete toneladas”. A capacidade “tem muito impacto na autonomia”, mas a comprada pela EcoAmbiente “faz um circuito completo até 100 km sem reabastecer”.

A infraestrutura em montagem nas instalações da empresa “dá para alimentar até oito camiões como o adquirido”, refere Hélder Baptista, adiantando que “este processo é para continuar, mas com um planeamento que terá de ser feito conjuntamente e discutido com a câmara municipal”.

O presidente do município de Leiria, Gonçalo Lopes, afirma que a autarquia “está disponível para avaliar no decorrer do próximo ano a possibilidade de expansão do número destas viaturas”, fazendo no futuro “um balanço do investimento e também do que o operador deixa de gastar em combustíveis, porque as viaturas elétricas geram poupança”.

“Nós temos a clara sensação que em contexto urbano esta vai ser a solução de futuro”, adianta Gonçalo Lopes, destacando as “vantagens ambientais que resultam do uso da energia elétrica e da diminuição drástica do ruído” provocado pelas viaturas.


Secção de comentários

  • VP disse:

    Excelente investimento, 500.000€ para um veículo de recolha de resíduos com autonomia de 100km, o que significa que para recolher o lixo de Leiria, cada veículo deste tipo deverá ser recarregado pelo menos duas vezes por dia. Obviamente tudo mudaria com a instalação de um painel fotovoltaico na cobertura, o que a tornaria, sem pisar muito no acelerador, quase autônoma. Se também fosse instalado um repetidor 4G no veículo, a cobertura do sinal “Móvel” poderia até ser aumentada com todas as vantagens do case. De qualquer forma, um primeiro resultado seria alcançado na estranha lógica dos números. Porque é verdade que um veículo eléctrico custa o mesmo que três veículos a gasóleo. Mas desta forma em vez de três veículos diesel com três operadores, teremos um único veículo eléctrico com um único operador… e os outros dois? Os outros dois “ex Diesel” poderiam comprometer-se a gerar sujidades, garantindo assim trabalho “ao operador elétrico”. Chama-se economia de escala, só é preciso ter cuidado para não cair…

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