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Cultura

Cistermúsica. Quando a música é manifesto contra o fecho de fronteiras e a xenofobia

Celebrar um mundo multicultural e sem fronteiras pela música é o mote para o festival Cistermúsica de 2018, que até ao final de julho propõe 40 concertos com músicos de mais de 20 países, que serão apresentados no concelho de Alcobaça e não só.

A igreja do Mosteiro de Alcobaça recebeu a “Missa de Notre Dame”, de Guillaume de Machaut, um dos primeiros espetáculos do primeiro fim de semana do Cistermúsica Foto: António Cruz

Celebrar um mundo multicultural e sem fronteiras pela música é o mote para o festival Cistermúsica de 2018, que até ao final de julho propõe 40 concertos com músicos de mais de 20 países, que serão apresentados no concelho de Alcobaça e não só.

“Pela primeira vez, o festival assume uma matriz de manifesto contra o fecho de fronteiras e a xenofobia”, disse Alexandre Delgado, diretor do Cistermúsica, citado pela agência Lusa.

À programação principal junta-se a secção Off, dedicada a um público mais alternativo e Júnior e Famílias, com iniciativas destinadas aos mais novos. 

A edição deste ano será ainda marcada pela apresentação de três óperas e, pela primeira vez, o Cistermúsica contará com a participação da Orquestra Estatal de Atenas, dirigida por Stefano Tsialis, que apresentará em Alcobaça um concerto sinfónico com a Sinfonia de César Franck.

A orquestra Estágio Gulbenkian levará ao mosteiro obras de Mozart, Ravel e Manuel Durão, enquanto a recém-fundada Orquestra Consonância se centrará nas obras de Vivaldi, Mozart, Elgar e Nino Rota, o compositor dos filmes de Fellini.

Na dança, a companhia de dança Quorum Ballet e a Orquestra Filarmónica Portuguesa juntam-se para a interpretação do bailado “A Sagração da Primavera”, de Stravinsky.

Na dança contemporânea o festival mostrará criações de Cristina Planas Leitão. Da companhia Vortice Dance e, a encerrar, haverá uma homenagem ao mito universal de Pedro e Inês, cujos túmulos repousam na Nave Central do Mosteiro de Alcobaça, com coreografia de Fernando Duarte.

Assumindo-se como “um festival inclusivo”, o Cistermúsica assinala os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel a José Saramago com a atuação do grupo de teatro Triacto a levar ao palco “A Maior Flor do Mundo”.

As atrizes Dalila do Carmo e Ana Zanatti fazem também parte, este ano, da programação: A primeira no módulo Júnior & Famílias, narrando as “Memórias de um Burro”, da Condessa de Ségur, com o pianista Daniel Cunha e música de Paul Ladmirault; a segunda, declamando poesia num espetáculo em que “O Requiem”, de Frei Manuel Cardoso, é cantado pelo Grupo Vocal Olisipo.

Com um orçamento de 240 mil euros, comparticipados pela Direção-Geral das Artes e pelo município de Alcobaça, o festival “vai ocupar pela primeira vez a cerca do Mosteiro”, sublinha Alexandre Delgado, ressalvando que ali decorrerão “três espetáculos de entrada livre”.

Organizado pela Banda de Alcobaça e com produção da Academia de Música de Alcobaça, o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça ocupa uma multiplicidade de espaços quer no Mosteiro, quer noutros recintos da cidade e da região.

Com a Rota de Císter, o festival ganhou também, desde 2015, uma dimensão nacional que leva parte da sua programação principal ao património cisterciense edificado noutros concelhos do país.

Clique aqui para fazer download do programa em PDF

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