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Comentadores: a convocatória, Cabo Verde e expectativas

Acompanhe semanalmente as opiniões dos comentadores convidados do REGIÃO DE LEIRIA sobre a participação de Portugal no Mundial 2010 de futebol.

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FALTAM 19 DIAS PARA O PRIMEIRO JOGO DE PORTUGAL NO MUNDIAL 2010

Nídia Prata
treinadora de futsal

Álvaro Romão
realizador

Vítor Pontes
treinador de futebol

João Paulo Pedrosa
deputado

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Aprova a convocatória de Carlos Queiroz? O seleccionador nacional convocou, com pequenas excepções, os jogadores que eu esperava. Até na escolha dos guarda-redes esteve bem, ao deixar Quim e Rui Patrício de fora e ao convocar Beto. Fiquei satisfeita com as escolhas de Carlos Queiroz. Não concordo com as escolhas do seleccionador nacional. Em primeiro lugar, a baliza: não morro de amores por Eduardo e acho Beto muito melhor guarda-redes. E claro que Quim merecia estar na África do Sul. Depois acho que levamos demasiados jogadores defensivos e carecemos de médios. Por último, acho que o ataque português é, obviamente, inexistente. Liedson teve uma época sofrível e Hugo Almeida nunca fez grande selecção. Penso que, neste momento, o mais importante não é discutir os convocados. Agora devemos apoiar incondicionalmente os jogadores que foram chamados pelo seleccionador nacional. As escolhas são sempre discutíveis, mas penso que isso não é relevante para esta altura. Agora importa apoiar o grupo de 24 independentemente dos escolhidos. . Sendo certo que Portugal não tem o leque de escolhas de outros países, a verdade é que as escolhas do seleccionador não me agradaram. Há excesso de defesas, o leque de guarda-redes não dá garantias nem tranquilidade e o afastamento de jogadores campeões nacionais pelo Benfica como Ruben Amorim e Carlos Martins, é inconcebível e incompreensível, o que, aliás, não me surpreende em Carlos Queiroz.
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O mais e o menos no jogo com Cabo-Verde É normal que depois de vários dias a realizar dois treinos diários para tentar recuperar a forma física os jogadores se ressintam. É o primeiro jogo de preparação e não se pode avaliar a forma da equipa apenas por esta partida. De qualquer maneira, gostei de ver as combinações entre Fábio Coentrão, Nani e Cristiano Ronaldo. O jogo contra Cabo Verde é já um reflexo das escolhas de Carlos Queiroz. Mesmo acreditando que no Mundial a entrega será outra, a verdade é que quando os jogos se tornam difíceis de ‘desnovelar’ sente-se a falta de jogadores que possam pegar-lhe e dar-lhe outra dimensão: falo da garra, da força de vontade e do génio. Um jogador como Carlos Martins é essencial para esse empolgamento. Não me posso pronunciar muito sobre o jogo porque apenas vi os 20 minutos finais. Não foi um jogo bem conseguido, mas não nos devemos preocupar. O tempo de preparação ainda é pequeno. Mesmo assim, esperava um pouco mais, sabendo que do outro lado estava uma selecção que é 117ªdo ranking da FIFA. Por um lado compreende-se a prestação e o resultado, mas, por outro, é difícil de entender. Nesse jogo não houve mais e menos, houve apenas menos. Menos empenhamento, menos qualidade de jogo, menos passes acertados… menos tudo. Era difícil fazer pior, por isso agora tudo o que vier será, certamente, melhor. Portanto, ao menos isso, é já uma situação auspiciosa.
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Que expectativas tem quanto à prestação da selecção portuguesa

no Mundial?

Alinho pelo discurso do seleccionador e dos jogadores: Acredito que é para ir até ao fim. Se assim não fosse, nem valia a pena ir ao Mundial. O pensamento tem de ser esse. Penso que só com muito querer, muita garra, muito génio e alguma sorte possamos passar a primeira fase. O grupo de Portugal é muito difícil e nem a Coreia do Norte se pode defrontar de ânimo leve. Mas, como todos os portugueses, quero acreditar que podemos chegar longe, seja lá onde isso for. Devemos estar optimistas em relação à equipa nacional. Esta primeira fase é muito importante. A forma com se entra no campeonato acaba por ser determinante para se adquirir confiança. Quanto à hipótese de sermos campeões, penso que não estamos no lote dos favoritos, mas face à qualidade dos nosso jogadores podemos fazer um grande Mundial. A selecção tem mais de selecção de Carlos Queiroz do que de selecção nacional, por isso as expectativas não são grandes. Tenho desejo que a equipa chegue o mais longe possível, mas não creio que isso aconteça. Há, no entanto, um conjunto de jogadores que, pelas suas inegáveis qualidades técnicas, podem fazer a diferença e alcandorar-nos para resultados desportivos que ninguém antevê.

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