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rosto do professor da universidade de estocolmo francisco lacerda

Francisco Lacerda

Professor na Universidade de Estocolmo

Exclusivo

Opinião. Amêndoa amarga

Para mim, apanhar às vezes uma amêndoa amarga era um azar, mas o pessoal das urgências não queria acreditar

Eu sempre gostei imenso de frutos secos e, quando comecei a viver na Suécia, o miolo de amêndoa era relativamente barato e tornou-se rapidamente um elemento importante da minha dieta. Durante muitos anos andei intrigado por nunca ter tido o azar de me calhar uma amêndoa amarga até que numa bela tarde, em outubro de 1986, me saiu uma entre a meia dúzia de amêndoas que tinha metido à boca. Eu tinha visto uns pacotinhos de 50 g e como a minha namorada não apreciava amêndoas, comprei um para ir saboreando a caminho de casa e apanhei uma amêndoa amarga logo na primeira “dose”. Pensei “tal como em Portugal!” e tentei atenuar o amargo com mais uma mão-cheia de amêndoas. Não resultou e engoli tudo rapidamente para não estar a cuspir na rua.