Memórias da Revolução de Abril

Testemunhos sobre um dia que, há quase meio século, deu uma guinada no rumo e no destino do país. Em foco, a rutura democrática, a forma como se revelou na região de Leiria e o balanço possível dos 47 anos do regime saído do 25 de Abril de 1974. Um programa conduzido pelo jornalista Carlos S. Almeida e que resgata memórias e visões sobre o momento que inaugurou o mais prolongado regime democrático português. (Programas gravados em 2021)


Episódios

#10 – Varatojo – O pintor que participou no “teste” à Revolução dos Cravos

Artista plástico de arte contemporânea, é de Leiria, foi aqui que ajudou a fundar uma das primeiras rádios locais, a Rádio Clube de Leiria, engrossando o crescimento das rádios livres que começaram a multiplicar-se na década de 90. A paixão pela pintura surgiu cedo e as artes plásticas são centrais na sua vida. No entanto, há de nos explicar, nesta conversa, como se envolveu na tentativa de golpe que, pouco mais de um mês antes da revolução, sinalizou que o Estado Novo poderia cair. Varatojo é o convidado desta edição do “Memórias da revolução de abril", um podcast do Região de Leiria que procura resgatar alguns testemunhos pessoais sobre um dia que, há quase meio século, deu uma guinada no rumo e no destino do país.

#9 – Isabel Aragão – A Filosofia de viver Abril

Nasceu e estudou em Coimbra. E foi aí que começou por dar aulas, no ensino particular. O diploma que lhe permitia ensinar não lhe foi atribuído. A PIDE entrou em cena e teve de se explicar à polícia política. Acabou por conseguir passar para o ensino oficial. E foi um estágio em Leiria, no início dos anos setenta, que a trouxe à cidade do Lis, onde permaneceu. O Liceu de Leiria, hoje escola Secundária Rodrigues Lobo, foi onde lecionou durante décadas. O teatro foi uma das paixões que trouxe consigo de Coimbra para Leiria. E foi por cá que viveu uma essa página única da história, a revolução. Isabel Aragão é a convidada desta edição do “Memórias da revolução de abril", um podcast do Região de Leiria que procura resgatar alguns testemunhos pessoais sobre um dia que, há quase meio século, deu uma guinada no rumo e no destino do país.

#8 – Augusto Gomes Gonçalves – O padre que viveu a guerra colonial por dentro

É natural de Santa Catarina da Serra, onde nasceu em 1940. Em 1965, foi ordenado padre e passou por várias paróquias de Leiria. De capelão militar, educador, professor, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, são múltiplas as suas atividades. Foi diretor dos serviços diocesanos de pastoral juvenil e da catequese, provedor da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação, diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Juvenil e comentador nas celebrações aniversárias no Santuário de Fátima. Augusto Gomes Gonçalves é a convidado desta edição do “Memórias da Revolução de Abril", um podcast do Região de Leiria que procura resgatar alguns testemunhos pessoais sobre um dia que, há quase meio século, deu uma guinada no rumo e no destino do país.

#7 – Carlos Lopes – Humberto Delgado em Leiria prometeu demitir Salazar

Durante vários anos trabalhou na “Tipografia Leiriense”, onde o Região de Leiria era impresso e produzido. No final dos anos 50 do século passado, numa altura em que o regime liderado por Salazar foi questionado por Humberto Delgado, o nosso convidado acompanhou uma deslocação a Leiria do candidato nas presidenciais de 1958. O general sem medo, como ficou conhecido, garantiu que demitiria Salazar caso fosse eleito Presidente. Desafiou o regime, o que lhe valeu a morte em 1965. Quando veio a Leiria, repetiu a intenção de despedir Salazar. Carlos Lopes, o nosso convidado, acompanhou para o jornal o discurso de Humberto Delgado em Leiria. E viveu por dentro a ida das páginas do jornal à censura. Carlos Lopes é o convidado desta edição do “Memórias da Revolução de Abril".

#6 – Ercília Ribeiro Silva – Primeira deputada de Leiria avalia a democracia

Reside em Pombal e, em 1987, a par de Maria Luísa Ferreira, foi a primeira mulher eleita deputada na Assembleia da República pelo distrito de Leiria. Foi bancária, iniciou-se na política antes da Revolução de 1974. Em 1975 foi candidata à Assembleia Constituinte por Lisboa. Em Pombal, foi vereadora e deputada municipal. Em meados dos anos 90, a arte da pintura seduziu-a e fez várias exposições no país e fora dele. É igualmente dedicada à escrita e na Universidade Senior de Pombal ensina técnicas de pintura e história de arte. Ercília Ribeiro da Silva é a convidada desta edição do “Memórias da Revolução de Abril”.

#5 – Carlos Cardoso – De que cor era o lápis azul da censura

Iniciou funções como paquete no jornal onde trabalhou 44 anos. Chegou a levar as provas do jornal à censura, esperando pelo resultado dos humores e convicções do regime que determinavam o que podia e o que não podia ser publicado. Do chumbo aos computadores e à internet foi uma evolução drástica que acompanhou na produção gráfica, sem esforço de maior. Para além de uma vida dedicada ao jornal, encontrou ainda tempo para o movimento sindical e associativo, na sua cidade, Leiria. Carlos Cardoso é o convidado de mais uma edição do “Memórias da Revolução de Abril”.

#4 – José Vitorino Guerra – Diagnóstico de um país revolucionado e a RGA canina

Foi Professor de História no ensino secundário em Leiria, nomeadamente nas secundárias Francisco Rodrigues Lobo e Afonso Lopes Vieira. Diversas gerações de leirienses estudaram o passado que nos define com a sua preciosa ajuda e capacidade de análise crítica. Integrou e foi porta-voz do movimento de defesa do centro histórico de Leiria, o Movimento de Cidadãos por Leiria e o ‘Movimento Em Defesa da Escola Pública’, por exemplo. Parece apostado em deixar claro que a cidadania se exerce na primeira pessoa. Atualmente, é possível lê-lo com regularidade no Região de Leiria, seja na sua coluna de opinião, seja em artigos ou ensaios. O professor José Vitorino Guerra é o convidado desta edição do “Memórias da Revolução de Abril".

#3 – Maria Luís Brites – A professora que teimou em ser de esquerda

Foi professora durante mais de quatro décadas e dirigia uma escola quando a revolução chegou. Privou com Álvaro Cunhal, militou no PCP e foi a primeira mulher candidata pelo partido na região centro. Ajudou a fundar o Bloco de Esquerda e já concorreu à presidência das Câmaras de Leiria e Pombal. Escritora, tem várias obras publicadas. Maria Luís Brites é a convidada do terceiro episódio do “Memórias da Revolução de Abril".

#2 – José Augusto Esteves – Defender a sede do partido no Verão quente

Foi sindicalista, deputado municipal e candidato a deputado na Assembleia da República pelo distrito de Leiria. Licenciado em Sociologia, a Direção da Organização Regional de Leiria do PCP, é uma das várias funções que desempenhou localmente. A nível nacional, integra a Comissão Central de Controlo, tendo já feito parte do Comité Central do partido. A militância comunista é antiga e viveu de perto os acontecimentos que marcaram o verão quente de 1975. José Augusto Esteves é o convidado desta edição do “Memórias da revolução de abril".

#1 – Isabel Damasceno – Primeira eleita para uma Câmara do distrito

Economista de formação, licenciou-se quatro anos depois da revolução. Foi professora e desempenhou funções nos CTT e na Portugal Telecom. No final dos anos 90, tornou-se a primeira mulher eleita presidente de Câmara no distrito de Leiria. O ano passado, foi eleita e reconduzida na liderança da CCDR Centro: entidade com responsabilidades de monta na gestão de fundos comunitários. No primeiro episódio do podcast “Memórias da Revolução de Abril", Isabel Damasceno regressa aos seus tempos de estudante e recorda os momentos vividos quando a democracia chegou.