Visto

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22/08/2021

Figueiró dos Vinhos Os Censos comprovaram o que já se sabia: o interior do distrito de Leiria está em depressão demográfica. O futuro nestes territórios afigura-se uma incógnita, para dizer o mínimo. Em Figueiró dos Vinhos, há um festival que procura contrariar essa tendência e espalhar esperança: pelo terceiro ano, Fazunchar levou um sopro de rejuvenescimento à vila e às freguesias de Campelo, Bairradas, Aguda e Arega, pelas pinturas nas paredes, pela música, pelas visitas guiadas ou pelos workshops, atrás dos quais surgiu gente nova, turistas à procura das obras de arte que se surpreenderam com a qualidade de vida que por ali encontram. Mas não só: Fazunchar contribuiu também para repovoar Figueiró com as pequenas esculturas que Isaac Cordal espalhou pelas ruas da zona histórica e do Casulo, colocando muitos visitantes a olhar para cima, à procura destes novos “habitantes” e também das suas casas, uma provocação do artista galego sobre a presença do homem em todo o lado, em instalações que ganham luz à noite. Mas há muito mais a (re)descobrir por Figueiró, desde as pinturas em negativo de Bosoletti, às libelinhas de Pantónio ou as releituras de imagens antigas proporcionadas por Elisa Capdevila e Mariana Duarte Santos, que prometem continuar a promover encontros com a memória e a saudade.

Foto: Miguel Oliveira/Fazunchar