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Sociedade

Alcobaça: Arguido acusado de matar filho de seis meses nega agressões

O homem de 23 anos acusado de matar o filho de seis meses, em abril de 2010, em Alcobaça, negou hoje as agressões que determinaram a morte da criança, rejeitando ainda os crimes de violência doméstica.

No Tribunal Judicial de Alcobaça, onde começou a ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado e dois crimes de violência doméstica, estes últimos contra a mulher e mãe do bebé, Alcindo C., disse nunca ter feito mal ao menor.

“Nunca fiz mal ao meu filho, sempre fui uma pessoa calma”, disse ao Tribunal, rejeitando também as agressões à mulher: “Sempre dei amor e carinho, porque era a única pessoa que queria saber dela”.

O Ministério Público (MP) sustenta que no dia 05 de abril o menor ficou aos cuidados do pai e, “cerca das 10 horas da manhã, sem qualquer razão que o justificasse, o arguido desferiu sucessivos murros e pontapés na cabeça e por todo o corpo do menor”, cujas lesões, internas e externas, foram causa da sua morte.

Para o MP, o pai do bebé, que se encontra detido preventivamente, “bem sabia que a impaciência provocada pelo choro” da criança “não era motivo para que atuasse da forma descrita, tirando-lhe a vida”.

Sobre o dia em que o menor morreu, Alcindo C. explicou que o bebé “estava pálido” e que lhe deu “respiração boca a boca”, como já fizera antes porque a “criança tinha problemas”, afirmando desconhecer as “marcas” com que a criança chegou ao hospital.

“Se a criança tinha marcas, não fui eu”, referiu o arguido, o que levou o presidente do coletivo de juízes a ler todas as lesões – incluindo na cabeça – que o bebé apresentava nesse dia.

O depoimento de Alcindo C. foi contrariado pelo da mulher e mãe do bebé, de 21 anos, também arguida neste processo, acusada do crime de omissão de auxílio.

Carla S. frisou que “as discussões eram frequentes” entre o casal, confirmando os crimes de violência doméstica e as agressões ao filho de ambos.

Salientando que o bebé era “muito chorão” e o “marido não tinha muita paciência”, a arguida descreveu as agressões alegadamente cometidas pelo arguido.

Num dos casos, o bebé “estava a sangrar do nariz” e noutra apareceu “com o lábio cortado”.

Segundo a arguida, outra situação ocorreram “palmadas nas pernas”, anotando ainda uma situação em que o bebé apareceu “todo inchado, com hematomas pelo corpo todo”.

Carla S. reconheceu que após estas situações não levou o filho ao médico, mas que o menor era seguido, mensalmente, por um pediatra, nem nunca recorreu à polícia: “Uma pessoa com medo nunca faz nada”, justificou.

Sobre o dia do crime, explicou que quando saiu de casa para trabalhar, “o bebé estava bem” e “não tinha marcas”, contando o que viu quando regressou ao apartamento após ter sido chamada: “O meu filho não tinha reação, não tinha nada. Tinha um corte profundo no rosto, estava cheio de hematomas, sangrava por todos os lados”.

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