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Sociedade

Ministério Público acusa grupo “Máfia do Oeste” de associação criminosa e burlas

O Ministério Público de Leiria acusou sete pessoas, quatro italianos e três portugueses, dos crimes de associação criminosa e burlas qualificadas que terão lesado 20 empresas em 1,5 milhões de euros.

O Ministério Público (MP) de Leiria acusou sete pessoas, quatro italianos e três portugueses, dos crimes de associação criminosa e burlas qualificadas que terão lesado 20 empresas em 1,5 milhões de euros.

O despacho de acusação do MP, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, reporta à actividade de um grupo conhecido por ‘Máfia do Oeste’, cujos membros foram detidos em resultado de uma operação da Polícia Judiciária a 21 de Outubro de 2010 e que decorreu na zona do Bombarral e Torres Vedras.

Segundo o MP de Leiria, o líder do grupo é um italiano que possui um mandado de detenção europeu por supostas ligações à máfia siciliana e que actualmente se encontra em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Monsanto.

Em Setembro de 2010 a PJ suspeitava que o alegado “cabecilha” do grupo era um elemento de topo da máfia italiana com prováveis ligações ao tráfico de droga, armas, seres humanos, assim como ao branqueamento de capitais, como se pode ler num documento da Judiciária que consta do processo.

Sobre o arguido recaem agora as acusações de burla qualificada, falsificação de documentos, associação criminosa, receptação e abuso de confiança, crimes que são comuns aos restantes membros do grupo.

Na acusação pode ler-se que o grupo utilizou dados de empresas italianas conhecidas no mercado, possuidoras de um elevado número de negócios e com baixo risco nos ‘rankings’ de empresas de seguros e de ‘rating’ para enganar outras empresas europeias.

O esquema montado passava por obter mercadoria a crédito junto de outras empresas da Europa que acabariam por nunca receber o dinheiro prometido.

Posteriormente os produtos eram escoados no mercado nacional por preços inferiores àqueles que eram praticados – no mínimo em um terço -, utilizando para isso uma empresa sediada em Torres Novas, que é também arguida neste processo.

A convicção do MP é de que o prejuízo causado junto de três empresas portuguesas foi de 157.273,42 euros.

Contudo, a maior fatia diz respeito a burlas cometidas na Noruega, Grã-Bretanha, Dinamarca, Espanha e França que ascendem a 1.363.522,57 euros, relativos a mercadoria que nunca chegou a ser paga.

Dois dos elementos que são agora acusados, um português e um italiano, haviam sido recrutados um mês antes das detenções da PJ, estando o MP convencido de que a actividade do grupo estaria numa fase de crescimento.

Os arguidos faziam desta atividade a sua profissão e a distribuição dos lucros era realizada de acordo com a hierarquia definida no seio do grupo, concluiu o MP de Leiria.

Lusa

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