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Rede bancária no distrito de Leiria emagrece ao mínimo desde 2006

É preciso recuar oito anos para encontrar um número mais baixo de agências bancárias do que aquele que existe atualmente no distrito de Leiria.

É preciso recuar oito anos para encontrar um número mais baixo de agências bancárias do que aquele que existe atualmente no distrito de Leiria. Nesse ano, 2006, Portugal chegou às meias-finais do campeonato do mundo de futebol, Aníbal Cavaco Silva tornou-se Presidente da República e na cidade do Lis estavam representados o Banco de Investimento Imobiliário, o Finibanco, o Interbanco e o BPN, instituições que entretanto saíram do mercado.

bancosleiriaNa região, a rede bancária explodiu entre 2005 e 2007, mas depois da crise financeira internacional os bancos fizeram marcha atrás na política expansionista, inverteram a estratégia e aplicaram medidas de contenção de custos.

Há hoje menos 18 balcões no distrito de Leiria do que em 31 de dezembro de 2012, quando o número atingiu o seu máximo. Os cortes vão provavelmente continuar. Portugal ainda é o décimo país no mundo – e o quinto na União Europeia – com maior rácio de agências por habitante.

A nível nacional, têm-se sucedido os anúncios de reestruturação – ou seja, redução do número de trabalhadores e encerramento de instalações.

No distrito de Leiria, todos os grandes bancos fecharam balcões. Millennium BCP, Novo Banco (antigo BES), BPI, Caixa Geral de Depósitos, Santander, Barclays, Popular e Banif, nenhum escapou à tendência. Mas o Barclays (menos seis agências) e a Caixa Geral de Depósitos (menos oito) foram mais longe do que todos os outros.

No sentido inverso, há duas marcas que aproveitam para crescer. É o caso do Banco BIC Português, que em 31 dezembro de 2011 estava presente apenas nas galerias Jardins do Lis e hoje detém a quinta maior rede bancária no distrito de Leiria, com 24 pontos de atendimento, fruto da aquisição do BPN; e também o Montepio, que passa de 13 balcões no final de 2010 para os atuais 19, graças à incorporação do Finibanco.

Contas feitas, há hoje 295 balcões no distrito de Leiria, de 20 instituições bancárias, de acordo com as estatísticas do Banco de Portugal.

Segundo Gentil Louro, da direção do Sindicato dos Bancários do Centro (SIBACE), a tendência para o emagrecimento da rede está a ser acompanhada por saídas de colaboradores e há cinco anos que não há contratações para o quadro.

“Alguns bancos estão a negociar com os empregados irem para a reforma, noutros tem havido rescisões amigáveis”, afirma, explicando que os tempos em que o sector era sinónimo de emprego estável são passado. A situação “é preocupante”, reconhece.

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Caixa Geral de Depósitos vai encerrar balcão na Nova Leiria até final do ano (fotografia: Joaquim Dâmaso)

Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt

(Notícia publicada na edição de 13 de novembro de 2014)

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