O Município da Batalha exigiu, esta quinta-feira, descontos nas portagens da autoestrada 19 (A19) como medida de coesão ambiental e na defesa do Mosteiro Santa Maria da Vitória, que regista “sinais preocupantes de degradação” pelo tráfego de camiões.
A Câmara da Batalha informa que enviou na quarta-feira um ofício à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, pela “defesa do Mosteiro da Batalha, Património da Humanidade classificado pela UNESCO”, considerando que é “um imperativo nacional e fundamento para medidas de coesão social e cultural, exigindo assim igual tratamento na adoção de um regime de descontos do valor das portagem em vigor na autoestrada A19 (variante da Batalha)”.
Numa nota de imprensa, a Câmara acrescenta que aos descontos devem beneficiar, sobretudo, os “veículos pesados de mercadorias, como medida complementar aos projetos já desenvolvidos pelo Município, e para a minimização da forte pressão ambiental a que diariamente está sujeito o Mosteiro da Batalha”.
Destacando as “notícias recentes que dão conta que o Governo se prepara para aprovar com um novo incentivo ao regime de descontos nas portagens de várias autoestradas do interior, inclusive nas autoestradas A22 (Algarve) e A28 (Norte Litoral), alargado ao transporte de mercadorias e de passageiros”, a autarquia quer que o mesmo se possa aplicar na Batalha.
Segundo o Município da Batalha, “estudos recentes revelam que o Mosteiro da Batalha regista sinais preocupantes de degradação, em consequência do trânsito de veículos pesados que passa pela EN1 (IC2), porque a alternativa criada – a A19 – não cumpre o objetivo”.
Na missiva dirigida ao Governo, o Município da Batalha acrescenta que “desde o início da concessão da A19, no ano de 2009, sempre pugnou pela eliminação das portagens e tem reclamado medidas de minimização dos impactos ambientais resultantes do elevado tráfego de veículo no troço da EN1 na zona frontal do monumento”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>“Por todas as razões invocadas ao longo dos últimos anos, sejam de natureza social, cultural, ambiental ou de defesa de um património mundial classificado pela UNESCO, considero uma exigência a implementação de descontos na A19 (variante da Batalha), fator essencial para a salvaguarda futura do Mosteiro da Batalha”, refere o presidente da Câmara Municipal, Paulo Batista Santos, citado na nota de imprensa.
O autarca lembra ainda que “foram gastos milhões de euros numa alternativa rodoviária em nome da defesa do património que, afinal, não assegura a preservação do monumento”.
“Defendemos, por isso, a imediata redução do valor das portagens, como estímulo ao desvio do trânsito da zona frontal do Mosteiro, e com fundamento na coesão social e ambiental, fatores que o Governo não deve ignorar”.
Em julho de 2019, foi aprovado um projeto de resolução do partido Os Verdes (PEV) que recomendava ao Governo a eliminação das portagens da autoestrada 19 (A19), no troço da variante da Batalha, para diminuir o tráfego junto ao mosteiro, foi hoje aprovado no Parlamento.
Lusa