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Saúde

Federação de dadores de sangue reivindica dispensa de serviço no dia da dádiva

Federação alerta que suspensão do direito à dispensa laboral afastou mais de 40 mil dadores regulares nos últimos dez anos.

Em março passado, quando se assinalou o Dia Nacional do Dador de Sangue, o Instituto Português do Sangue (IPST) classificou como “excecional e sem precedentes” a resposta da sociedade ao apelo à dádiva lançado no início do ano, permitindo manter a dádiva de sangue mais elevada do que em 2020.

Portugal estava a sair lentamente de um período de confinamento e o elevado número de utentes internados, por motivos ligados à pandemia mas não só, levaram o IPST a lançar um apelo, a que os portugueses responderam positivamente. Segundo o Instituto, no mês de janeiro o número de dádivas de sangue e componentes sanguíneas foi 36,1% superior ao período homólogo de 2020, antes da pandemia, tendo sido realizadas 17.406 dádivas.

Hoje, data em que se comemora o Dia Mundial do Dador, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) lembra a efeméride, reivindicando que os dadores de sangue devem voltar a ter direito à dispensa laboral no dia da dádiva.

“A autorização para os dadores se ausentarem das suas responsabilidades laborais a fim de darem de sangue, sem que tal circunstância determine a perda de quaisquer direitos ou regalias, é uma situação que urge recuperar”, salientou o presidente da FEPODABES, Alberto Mota.

A federação defende que esta dispensa de serviço, que foi retirada em 2011, deve ser reposta através de uma alteração do estatuto do dador e alerta que o país perdeu 40 mil dadores regulares entre 2011 e 2021.

Segundo a organização, que representa 82 associações de dadores no país e está presente em todo o território nacional, a Assembleia da República aprovou, em 2012, o Estatuto do Dador de Sangue, mas “manteve essa lacuna” na legislação.

“Entre 2011 e 2021 perderam-se cerca de 40 mil dadores regulares, número que é verdadeiramente preocupante e que tem um forte impacto na disponibilidade de sangue nos serviços de saúde”, alertou Alberto Mota, citado em comunicado.

Além desta redução do número de dadores, são também “relativamente frequentes as quebras dos stocks de sangue a nível nacional”, adiantou ainda a FEPODABES, para quem a atual situação deve “levar os decisores políticos a refletir”.

A FEPODABES recordou também que são necessárias cerca de mil unidades de sangue todos os dias, razão pela qual é “necessária a mobilização da sociedade” para esta causa.

Para assinalar o Dia Mundial do Dador de Sangue, a federação realiza, no próximo domingo, uma sessão comemorativa, onde vai homenagear os dadores com mais de 75 dádivas efetuadas.

Onde dar sangue?

Sabia que os homens podem dar sangue até quatro vezes por ano e as mulheres até três vezes por ano? E que não saber o grupo sanguíneo também não é impedimento? As transfusões de sangue só são realizadas depois de determinado o grupo sanguíneo do doente, mas em caso de emergência, pode ser feita uma transfusão com o grupo 0Rh- que é dador universal (pode dar a todos).

A Câmara de Ourém promove esta segunda-feira, uma colheita, das 9 às 13 horas e das 14h30 às 18 horas, no auditório dos Paços do Concelho. Segundo informação da autarquia, quem se inscrever previamente através do número 249 540 900 (extensão 6536) terá prioridade.

Já em Leiria, o estádio volta a abrir portas (porta 2) aos dadores na terça-feira, das 9h30 às 13 horas.

Ainda na terça-feira, dia 15, a Associação de Dadores Benévolos da Marinha Grande organiza mais uma sessão semanal na antiga Ivima, as 16 às 20 horas.

O grupo NOV, sedeado em Santa Catarina da Serra, Leiria, aceita por sua vez inscrições para uma recolha de sangue a realizar dia 26 (em https://bit.ly/2RwW6U5).

Com Lusa

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