A pandemia praticamente paralisou totalmente a atividade dos ranchos folclóricos. Por isso teve sabor especial a inauguração da exposição “Andores, ofertas e fogaças”, domingo, dia 27 no Agromuseu Muncipal D. Julinha, na Ortigosa.
Os 18 grupos folclóricos do concelho de Leiria contribuíram com 20 peças que integram a exposição, integrada também na comemoração dos 12 anos daquele espaço museológico dedicado à vida rural.
E assim voltou a ver-se a vida dos ranchos, sobretudo num momento promovido pelo Rancho Folclórido Vale do Lis, dos Barreiros, Amor, que mostrou na eira do Agromuseu como era a britada dos pinhões.
A mostra foi pensada para dar a conhecer, em simultâneo, em simultâneo, estas simbólicas peças das festas e romarias: andores, ofertas e fogaças.
O etnógrafo Diamantino Gordo, explicou na inauguração que os andores, ofertas e fogaças que dão mote à exposição eram peças comuns “nas festas religiosas e consequentes procissões”, apresentando “algumas diferenças de freguesia para freguesia”, servindo para “transportar as mais variadas oferendas, essencialmente produtos de origem agrícola”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>“É importante deixar esse registo através de exposições como esta para que não se esqueça a nossa identidade”, sublinhou.
Para Adélio Amaro, responsável pela programação do Agromuseu, é de realçar a união de esforços de que resulta a exposição, juntando ranchos, o espaço museológico e o município de Leiria.
“Só assim foi possível, com a dedicação das pessoas que fazem parte destes grupos, mostrar um pouco da nossa tradição religiosa, através dos seus usos e costumes”, afirmou o programador na cerimónia de inauguração.
Apesar das limitações impostas pela pandemia, até ao fim do ano haverá outras iniciativas, prometeu:
“As limitações que a Covid obriga não fazem os grupos de folclore desistirem da sua essência, que é valorizar as tradições do povo rural”.
A exposição está patente durante os meses de julho de agosto e pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 14 às 17 horas, assim como no domingo, 4 de julho, e nos sábados, 10 e 24 de julho, no mesmo horário.
Precisamente no próximo domingo, dia 4, há “Poesia ao serão”, a partir das 16 horas e com entrada livre.
A proposta arranca com atuação da Filarmónica da Bidoeira, seguindo-se uma sessão de poesia pelas 16h30, com participação de Carlos André, que falará de Francisco Rodrigues Lobo. Depois há visita ao Agromuseu.