“Liberdade de expressão e discurso de ódio: Consequências para o campo jornalístico” é o título da investigação realizada pelo marinhense Bruno Frutuoso Costa, que chega em livro dia 11 às livrarias.
Partindo de entrevistas a 31 jornalistas, a obra analisa os impactos da violência presencial e digital nas jornalistas portuguesas, focando-se nas singularidades da violência de género.
Segundo a editora Media XXI, este estudo pioneiro, desenvolvido no âmbito do mestrado em Jornalismo e Comunicação – Investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, revela, entre outros, que “todas as participantes experienciaram alguma forma de agressão ou estiveram na presença de ambientes hostis”.
“A autocensura e a indisponibilidade para determinados temas ou secções jornalísticas são algumas das consequências mais impactantes. Num momento marcado pela ascensão e consolidação de movimentos populistas, de partidos de extrema-direita, e da violência contra jornalistas no panorama internacional”, o livro foca-se no caso português e nas singularidades da violência de género.
“Pretende-se trazer para o debate público uma reflexão sobre o rumo da democracia portuguesa e que papel terão os media nesse futuro”, refere Bruno Frutuoso Costa.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Inês Amaral e Rita Basílio de Simões, professoras da Faculdade de Letras e orientadoras da investigação, consideram que esta obra é de “grande substância académica e interesse para a sociedade civil, numa era em que a digitalização tem vindo a acentuar as desigualdades de género e a perpetuar violências”.
“Esta investigação incomoda. É inconveniente para as direções jornalísticas, passando pela própria classe profissional, sociedade civil, poder político, entidades reguladoras até ao próprio poder judicial, uma vez que conseguimos ir ao encontro de todo o tipo de violências, e demonstrar como estes organismos se mobilizam e inter-relacionam a partir das suas esferas de status quo”, explica o autor.
Natural da Marinha Grande, o jovem investigador de 24 anos interessa-se pelas áreas das ciências da comunicação, do jornalismo e das questões de género e sobre temáticas relacionadas com o discurso de ódio, a misoginia e as representações sociais e mediáticas.
Convidado a integrar diversos projetos de desenvolvimento técnico e de investigação científica desde 2015, conta ainda com uma experiência de intercâmbio numa das mais prestigiadas universidades do sul do Brasil.