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Leiria

Este mês ainda só choveu 6,8% do normal na região

Distrito de Leiria está em seca severa, com exceção para algumas zonas do sul, já em situação de seca extrema

Choveu menos de sete por cento do que é normal, na região, na primeira metade de fevereiro. Os dados constam do boletim de monitorização da seca, hoje divulgado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Nesta altura, de acordo com o documento, o distrito de Leiria encontra-se em situação de seca severa, com exceção para algumas zonas do sul do distrito que estavam já, a 15 de fevereiro, em situação de seca extrema.

O boletim analisa a quantidade de precipitação registada na primeira metade deste mês em vários locais do país (face aos valores normais entre 1971 e 2000), constatando que os valores oscilam entre 1,7% do normal em Setúbal e 16,5% no Porto.

A nível do território continental, o valor ronda os 7%, tal como sucede na região. No distrito de Leiria, o boletim do IPMA identifica valores referentes a Alcobaça, apontando para uma precipitação de 6.9 mm, muito longe dos usuais 101.7 mm.

Quer isto dizer que a chuva que caiu não chega a 7% do usual (foi de 6,8%).

Assim, mais de 90% do território estava a 15 de fevereiro em seca severa ou extrema, segundo o IPMA, que indica um novo agravamento da situação de seca meteorológica no país.

O último boletim de seca indica valores de percentagem de água no solo inferiores ao normal em todo o território, com as regiões Nordeste e Sul a atingirem valores inferiores a 20%, com “muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente”.

O documento, que destaca a região Sul e alguns locais dos distritos de Bragança e Castelo Branco, aponta para 38,6% do território em seca extrema (11,5% no final de janeiro), 52,2% em seca severa (34,2% no final de janeiro) e 9,2% em seca moderada.

Tempo seco vai continuar

“O grau de severidade da seca meteorológica a 15 de fevereiro de 2022 é superior ao que se verificava em 2018 e em 2005, com uma percentagem superior nas classes de seca severa e extrema e que corresponde a cerca de 91 % do território”, refere o IPMA.

O instituto diz ainda que até ao final de fevereiro não se prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território e que, em relação à temperatura do ar, a tendência será “para valores superiores ao normal para todo o território, em especial para a região interior Centro e Sul”.

Numa antevisão da situação meteorológica, acrescenta que “será muito provável a continuação da situação de seca meteorológica no final de fevereiro, com quase todo o território nas classes mais gravosas do índice PDSI”.

O IPMA Lembra que o valor médio, para o território Continental português, da quantidade de precipitação até dia 15 de fevereiro (7,1mm) corresponde a 7% do valor normal no período 1971-2000 e que, na primeira quinzena de fevereiro, apenas se verificou a ocorrência de precipitação nos dias 13 a 15 e em especial na região litoral Norte.

O valor mais elevado de precipitação nos 15 dias ocorreu em Lamas de Mouro (40,6mm) e o menor em Vila real de Santo António (0,4mm).

Segundo o IPMA, o valor médio da quantidade de precipitação no presente ano hidrológico 2021/2022, desde 01 de outubro 2021 a 15 de fevereiro de 2022, corresponde a 39% do valor normal.

“Até à data, 2021/22 é também o ano hidrológico mais seco quando comparado com os outros anos de seca meteorológica”, sublinha.

Quanto a temperaturas, o IPMA sublinha que na primeira quinzena de fevereiro os valores de temperatura máxima do ar foram “quase sempre superiores ao valor normal mensal”, realçando o dia 02 e o período de 07 a 11, com valores médios no Continente próximos de 20°C.

Já a temperatura mínima do ar “foi quase sempre inferior à normal mensal”, acrescenta.

Os ministros da Agricultura de Portugal e Espanha apresentam hoje à Comissão Europeia um conjunto de medidas para “minimizar” os efeitos da seca na Península Ibérica, esperando “sensibilidade” de Bruxelas para os problemas que o setor agrícola enfrenta.

Em declarações à chegada para um Conselho de Ministros da Agricultura da UE, a ministra Maria do Céu Antunes disse que se trata de tentar minimizar “um duplo efeito que se faz sentir nas explorações agrícolas, que decorre da seca que já tem um impacto a esta altura”, mas também do “elevado custo das matérias-primas que se faz sentir, que tem um efeito especialmente grave sobre as explorações pecuárias”.

Com Lusa

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