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Fátima

Tetyana Olshevska veio por um ano mas permanece em Fátima há vinte

Como muitos imigrantes ucranianos, por estes dias, Tetyana tem-se desdobrado em contacto no apoio à comunidade que está a ser envolvida numa ação militar.

À entrada da sua loja, em Fátima, uma caixinha com pequenos laços de cores azul e amarelo, as da bandeira da Ucrânia, em solidariedade para com aquele povo, que está a enfrentar uma guerra.

Por estes dias, Tetyana Olshevska tem-se desdobrado em contactos no apoio à causa ucraniana. Ela costurou bandeiras do seu país que foram envergadas nas iniciativas de solidariedade.

Há vinte anos chegou a Fátima. Veio um ano depois do marido ter emigrado para cá . E “vínhamos por um ano, para ganhar dinheiro”, conta. Mas, “gostámos e cá estamos”. “Aqui é calmo e sossegado”, comenta.

Um ano depois de estar na cidade, foi a vez de trazer a filha, então com sete anos, para junto do casal. Catarina e André, os outros dois filhos já nasceram cá. E hoje, Tetyana Olshevska já tem duas netas. A mãe já veio visitá-la, esteve cá há 12 anos, e ficou “impressionada” com o Santuário. Mas, apesar da guerra, não quer abandonar o seu país.

No início, a língua foi um entrave “muito difícil”. Mas, teve de aprender para trabalhar e assume que o facto de ter trabalho num café, ajudou a praticar a língua. Tal como ler e ver televisão. “Nós estamos cá, temos de falar português”, reage.

André e Catarina, os filhos já nascidos em Portugal, falam bem, frequentam estabelecimentos de ensino em Fátima e, ao sábado, frequentam o centro de explicações da língua materna. Os pais incutem-lhe que falem também na língua da avó, para com ela conseguirem comunicar quando a visitarem.

Tetyana Olshevska tirou o curso de estilista na Ucrânia e depois de ter trabalhado na área da cafetaria e bar e nas limpezas, há 11 anos decidiu abrir o seu ateliê de costura, perto do mercado, em Fátima.

Ali confeciona roupa à medida, faz pequenos ajustes, mas também vende tecidos. Tem mais clientes portugueses que ucranianos, faz notar enquanto realça que os portugueses ”são solidários”. Comenta que foi “sempre bem recebida” e tem amigos portugueses. “Será que vamos para a reforma? Não sei”, conclui.

Há algum tempo, o filho perguntou-lhe se vão regressar ao país natal, ela não tem decisão definitiva tomada, para além das viagens de férias. “Eu não consigo prever”, mas já com netas, a decisão parece mais difícil de tomar.

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