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Saúde

Grávidas com dificuldade em agendar exames importantes no hospital de Leiria

Denúncia foi feita por médicos de família que se depararam com recusas de agendamento para exames no primeiro trimestre de gravidez.

Foto distante do exterior do edifício do hospital de Leiria
Joaquim Dâmaso

Algumas grávidas estão com dificuldade em agendar a primeira consulta, que integra a realização da primeira ecografia e rastreio bioquímico, por falta de resposta do serviço de Obstetrícia do hospital de Leiria.

A denúncia foi feita por médicos de família que se depararam com recusas de agendamento. O Centro Hospitalar de Leiria confirmou as dificuldades pontuais.

O protocolo estipulado em Portugal prevê que os médicos de família encaminhem as grávidas, no primeiro trimestre, para o hospital, a fim de realizarem a primeira ecografia e o rastreio bioquímico, que contribuirá para a deteção precoce de eventuais malformações no feto, adiantou à Lusa um médico de família do concelho de Leiria.

No entanto, nem sempre os clínicos conseguem agendar a consulta das suas utentes. Numa das situações, o médico fez a referenciação de uma grávida de nove semanas, mas, quando entrou no sistema, o pedido foi recusado pelo Hospital de Santo André, em Leiria.

Para o médico, a situação torna-se mais “grave”, pela falta de resposta das instituições particulares com protocolo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), nas quais os tempos de espera para a realização de uma ecografia superam, muitas vezes, os três meses.

Além disso, alertou o clínico, “nem todas as pessoas têm capacidade financeira para realizar a ecografia por sua conta”.

Já no caso do rastreio bioquímico, o mesmo “não é comparticipado pelo SNS fora da rede pública, situação que também prejudica os mais desfavorecidos”.

“É fundamental a realização destes exames no primeiro trimestre de gravidez, uma vez que ajudam a detetar possíveis malformações no feto”, reforçou o médico.

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que detém o Hospital de Santo André, confirmou que, “pontualmente, há dificuldade em responder a todos os pedidos de consulta de Obstetrícia referência do 1.º trimestre – protocolo I (consulta + ecografia + rastreio bioquímico) pelo envio tardio dos respetivos pedidos, ultrapassando a capacidade de resposta em tempo útil e considerando o período de gestação muito restrito para realização do rastreio (entre as 12 e as 13 semanas e seis dias)”.

O CHL informou ainda que o serviço tem “uma capacidade de 16 vagas por semana para a realização deste rastreio, sendo todas ocupadas”.

“Estamos a desenvolver esforços no sentido de aumentar a capacidade de resposta em causa”, rematou.

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