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Pedrógão Grande

Pedrógão Grande: Bombeiros de Leiria consideram que se fez justiça

Opinião é também partilhada pelo ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera. Os 11 arguidos foram hoje absolvidos no processo dos incêndios de Pedrógão Grande.

Leitura do acórdão decorreu esta terça-feira, dia 13, no Tribunal de Leiria Joaquim Dâmaso

O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria considerou hoje que se fez justiça no processo para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande, com a absolvição do comandante dos Bombeiros Voluntários daquele município.

“Uma satisfação total, porque que se fez justiça neste processo e não seria de esperar outra coisa”, frisou Rui Rocha à agência Lusa, salientando que a absolvição de todos os arguidos “era a sua expectativa”.

Augusto Arnaut, comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, era um dos 11 arguidos julgados no processo para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, que foram hoje absolvidos pelo Tribunal Judicial de Leiria.

Apesar da satisfação pelo desfecho do processo, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria lamentou a morosidade do processo e a implicação na vida das pessoas, “neste caso do comandante Arnaut”.

“Não deixo de lamentar todo este período de cinco anos, com uma incidência brutal na vida pessoal de um comandante, que é um bombeiro voluntário e que dá o melhor de si”, sublinhou.

Para Rui Rocha, “não é aceitável” que estivessem estado envolvidos no incêndio outros comandantes de nível superior na hierarquia dos bombeiros e com outras responsabilidades e, de repente, o único culpado era o comandante Augusto Arnaut.

Também o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, disse esta terça-feira que, com a absolvição, “foi feita justiça”.

A Fernando Lopes, de 63 anos, eram imputados 10 crimes de homicídio e um de ofensa à integridade física, todos por negligência. Segundo o Ministério Público, detinha a responsabilidade pela coordenação da gestão e manutenção dos espaços florestais do município. Hoje, conjuntamente com os restantes dez arguidos no processo, viu o coletivo de juízes do Tribunal de Leiria absolvê-lo de todos os crimes.

O ex-autarca disse à agência Lusa, após ser conhecido o acórdão, que “estava de consciência tranquila” e “hoje fez-se justiça”.

“Agora, finalmente, vou voltar a viver, pois este processo interrompeu a minha vida”, disse Fernando Lopes, escusando-se a fazer mais comentários.

Advogado de ex-autarca de Castanheira de Pera considerou a acusação “infundada”

O advogado do ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera considerou hoje “infundada” a acusação para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande.

Castanheira Neves afirmou que a decisão do tribunal coletivo de juízes em absolver os 11 arguidos, entre os quais o seu cliente Fernando Lopes, “foi rigorosamente aquilo que esperava”.

Tratou-se de “uma acusação infundada, injustificada, que prejudicou gravemente, que arrasou em todos os planos os arguidos e que, portanto, é tempo de o Ministério Público (MP) refletir e ter bem mais cuidado com a formulação de acusações”, adiantou o advogado no final do julgamento.

Para Castanheira Neves, o MP deve “acusar sempre que houver indícios sérios e suficientes”, (…) “mas não acusar de forma leve e arrasadora como aconteceu”.

O advogado não quis adiantar se irá pedir alguma indemnização, afirmando que primeiro irá ler o acórdão.

Castanheira Neves acrescentou que acreditava que Fernando Lopes não fosse condenado. “Não era suposto um tribunal independente, sério do ponto de vista intelectual, muito objetivo, que fez uma produção de prova exemplarmente minuciosa, que esgotou todos os meios de prova tendo em vista a produção da verdade material, [proferir] qualquer outra solução que não fosse esta”, disse o advogado.

Antes de terminar as suas declarações aos jornalistas, Castanheira Neves virou-se para os bombeiros presentes e disse: “Quero dar uma saudação muito particular e muito sentida para os bombeiros portugueses”.

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