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Leiria

Gonçalo Lopes destaca contributo dos imigrantes para o enriquecimento de Leiria

O presidente da Câmara de Leiria frisou hoje, nas comemorações do Dia do Município, que os imigrantes representam uma “oportunidade de enriquecimento e evolução” para o concelho.

O crescimento da população em Leiria, resultado sobretudo da fatia de imigrantes, foi um dos aspetos destacados pelo autarca Gonçalo Lopes, durante o seu discurso na sessão solene das comemorações do feriado municipal de Leiria.

O presidente da Câmara de Leiria frisou durante a manhã desta segunda-feira, no Teatro José Lúcio da Silva, que “mais do que um número, estamos a falar de pessoas que abandonaram a sua pátria atrás de um sonho legítimo, vida digna e segurança para as suas famílias”. E, feitas as contas, “quem fica a ganhar somos nós”, porque “tantos são os muitos que estes novos residentes acrescentam ao nosso concelho: a sua cultura, a gastronomia, a língua, a música, a tradição, a religião, as artes, o trabalho, o talento, o investimento e a energia”.

“Tudo isto oferece-nos uma grande oportunidade de enriquecimento e evolução para a comunidade”, sublinhou, notando que existem, no entanto, vários desafios a par deste “repentino crescimento demográfico”, nomeadamente na “educação, no acesso à saúde, na gestão de rodovias e transportes, no acesso ao mercado de trabalho, no apoio social ou no parque habitacional”.

Gonçalo Lopes garantiu que a autarquia está a trabalhar em todas as áreas anteriores para aumentar a qualidade de vida oferecida à população.

Durante o discurso, o autarca abordou ainda o projeto de criação de um campus de justiça em Leiria, que se reveste como “uma área de enorme importância para o futuro de Leiria” e que deverá “contribuir significativamente para a redução de alguns dos desafios que enfrentamos atualmente, como é o caso do défice da oferta de habitação, a necessidade de crescimento do Politécnico de Leiria e a garantia de melhores e mais dignas condições para os serviços do ministério da Justiça”.

“Estamos muito empenhados em tornar esse projeto uma realidade”, realçou.

Oposição pede uma “gestão coerente entre o que se promete e o que efetua”

O vereador Álvaro Madureira discursou também esta segunda-feira, em representação da oposição, e após falar sobre o facto do território de Leiria ser cada vez mais qualificado, haver mais emprego e produção de riqueza, elencou os pontos que necessitam de ser melhorados. Entre eles a revisão do Plano Diretor Municipal, a correção de assimetrias entre as diferentes freguesias e a cidade, a conclusão do Centro Escolar dos Marrazes, a despoluição do rio Lis, a concretização do tratamento de efluentes suinícolas e a valorização ambiental do “nosso património”, a “começar pelas Salinas da Junqueira”.

Álvaro Madureira frisou também, entre outros aspetos, a urgência de ampliar os centros de saúde Gorjão Henriques e Arnaldo Sampaio e de investir numa maior vigilância para prevenção de incêndios florestais.

Para o vereador, são necessárias “novas estratégias de desenvolvimento e novos modelos de atuação que assegurem o presente das pessoas, mas sempre com uma perspetiva de longo prazo”. Nesse sentido, é importante a existência de uma gestão autárquica “cuidada” e “capaz de integrar todas as freguesias de forma harmoniosa, assumindo verdadeiramente a sua condição de capital de distrito”.

Jovens na base do futuro

Ponto comum à maioria das intervenções foi a importância dos jovens no desenho do futuro. Cristiana Pinto, a deputada mais jovem da Assembleia Municipal de Leiria, centrou o seu discurso na esperança na nova geração, que considera ser “parte essencial na construção de um concelho desenvolvido, atrativo, com identidade”.

Para Cristiana Pinto, todos os jovens são responsáveis “por ser agentes ativos da sociedade” futura e Leiria, frisou, é “uma cidade jovem em todo o seu esplendor”.

O que distingue Leiria, sublinhou, “é sem dúvida as suas gentes”. “Acabamos por esquecer o quanto somos empreendedores e trabalhadores”, completou.

A jovem deputada de 21 anos apontou alguns desafios atuais como a necessidade de investir na rede de transportes públicos, a importância de olhar para os problemas na habitação e os trabalhos precários. Frisou ainda a necessidade de trazer a debate os jovens mais vulneráveis, que não estudam nem trabalham e “são muitas vezes vítimas de exclusão social”. “Todos nós temos um papel fundamental de identificação nestes casos”, é necessário “dar-lhes uma oportunidade de integração na sociedade e no mercado laboral”.

Cristiana Pinto apontou ainda como prioridade a retenção de talento, a construção de um concelho capaz de ir ao encontro das expetativas de segurança da comunidade.

“Leiria tem uma comunidade pujante de vida e lideranças mobilizadoras”

A convidada Francisca Van Dunem lembrou que, “tal como os humanos, as cidades nascem, crescem, desenvolvem-se ou definham e morrem”.

“Morrer significa perder os traços que a caracterizam como lugares belos de ver e impossíveis de não amar”, precisou.

Segundo adiantou a ex-ministra da Justiça, que revelou ter ligações a Leiria por parte da família do marido, “a história de Leiria é a história do parlamentarismo português, da ecologia nacional, dos ofícios, do mundialismo e do empreendedorismo nacionais”.

“A realização aqui das primeiras Cortes Plenas, com a participação dos três grandes grupos sociais, em particular do terceiro estado – onde se incluía o povo – confere a Leiria pergaminhos únicos de democraticidade”, frisou.

Considerando que o que os cidadãos perguntam à sua cidade é: “tenho condições para realizar aqui os meus sonhos mais legítimos?”, Van Dunem afirmou que “Leiria tem sabido responder apropriadamente a essas interrogações” e “tem-no feito porque tem uma comunidade pujante de vida e lideranças mobilizadoras”.

A magistrada destacou ainda o “extraordinário exemplo de inclusão” que o Município de Leiria tem dado na “interação com o estabelecimento prisional, que nasceu como prisão escola”. “Muitos dos reclusos (…) são jovens dotados e talentosos, a quem a vida não reservou grandes oportunidades. Se sairão, ou não, de lá como membros ativos e atentos aos valores cívicos da nossa comunidade depende também um pouco de nós. A atenção que a autarquia lhes dedica é uma bênção”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 13h05 de 23 de maio de 2023 com a retificação do nome da deputada Cristiana Pinto)

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