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Marinha Grande

Direção dos Bombeiros da Marinha Grande demitiu-se alegando falta de condições

O comandante da corporação e o 2.º comandante já tinham apresentado demissão no dia 7 de junho.

Foto de Arquivo

A direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Marinha Grande demitiu-se, alegando não ter condições para continuar, uma semana após o comandante e o 2.º comandante da corporação também o terem feito, segundo um comunicado.

No comunicado, disponível desde ontem na página do Facebook da corporação, lê-se que a direção “tomou a decisão de se demitir por unanimidade em bloco com efeitos imediatos por entender não estarem reunidas as condições necessárias à sua continuidade em funções”.

O documento adianta que o comandante da corporação, Ismael Osman, apresentou a demissão no dia 7, “por motivos pessoais”, no mesmo dia em que o 2.º comandante, Mário Silva, o fez igualmente, “por entender não ter condições profissionais, pessoais e emocionais para desempenhar a função”.

Reconhecendo existirem “dificuldades financeiras”, a direção garante que “muito tem feito para tentar melhorar as condições de trabalho e salariais” dos bombeiros junto de várias entidades, mas “sem grande êxito”.

O comunicado salienta que “é deveras preocupante o insuficiente número de bombeiros” da corporação “para um número crescente de população” na sua área de intervenção “e, subsequentemente, aumento do número de ocorrências”.

“O número de recusas de serviços, ora por falta de bombeiros, ora por falta de ambulâncias, tem aumentado”, refere o comunicado, exemplificando que a direção deu nota, o ano passado, da necessidade de mais oito a 15 funcionários para os próximos quatro, cinco anos.

O documento assinala, ainda, o “estado de desgaste de muitas viaturas”, sendo que o quartel “precisa de renovação” ou de substituição, com a direção a explicar que, “sobre estas evidências”, deu conta às entidades responsáveis.

“Independentemente de termos recebido silêncio como resposta, era nossa intenção continuar a trabalhar para tentar colmatar estas insuficiências”, adianta a direção, esclarecendo que tentou, “nos últimos dias, várias soluções para o comando, não tendo obtido qualquer êxito”.

Garantindo que quer “fazer parte sempre da solução”, a direção entende, contudo, que “é hora de dar a palavra aos associados” e agradece o empenho dos bombeiros e funcionários da associação humanitária.

O presidente da direção demissionária, Pedro Franco, assegurou à agência Lusa que não se vai recandidatar.

“Saio de consciência tranquila, como sempre tive. Estive aqui para ajudar e espero que apareçam outras pessoas para ajudar, porque a casa e a comunidade precisam. Não estou nada arrependido do que fiz”, acrescentou.

O comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Leiria, Carlos Guerra, disse hoje que “Mário Silva vai ficar como comandante interino com a categoria oficial de bombeiro superior” até a assembleia geral convocar eleições e ser eleita uma nova direção, que “tem a competência e legitimidade para nomear o novo comando da corporação”.

Carlos Guerra esclareceu que “houve um conjunto alargado de bombeiros que, se não houvesse esta decisão da direção, passaria à reserva, o que iria tornar o socorro muito complicado, apesar de haver outro corpo de bombeiros no concelho, em Vieira de Leiria, e ainda outros nas proximidades do concelho da Marinha Grande”.

O comandante sub-regional frisou que o socorro à população não está em causa, referindo que, “a qualquer momento, se não houver resposta da corporação da Marinha Grande haverá outras disponíveis”.

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