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Cultura

Maria João Franco inaugura retrospetiva no Banco das Artes Galeria em Leiria

A pintora, natural de Leiria, apresenta obras representativas de um percurso de mais de 50 anos de criação. A inauguração de “Genesis – Eros erótica” é esta sexta-feira, dia 30, às 18 horas.

Maria João Franco (à direita), com dois dos curadores durante o processo de montagem da exposição FOTO: Banco das Artes Galeria

A pintora Maria João Franco inaugura na sexta-feira, 30 de junho, a exposição retrospetiva “Genesis – Eros erótica” no Banco das Artes Galeria, em Leiria, onde apresenta um conjunto de obras criadas em quase seis décadas de percurso artístico. 

Maria João Franco, nascida em 1945 em Leiria, está representada em diversas coleções públicas e particulares, nacionais e estrangeiras, e é a partir da cedência de algumas dessas obras que se constrói “Genesis – Eros erótica”, com curadoria de Maria Paula Oliveira, Luís Jordão e Joaquim Madeira. 

“Toda a minha pintura – muito embora algumas das expressões sejam Cristos – tem sempre a componente corporal, do sofrimento corporal”, disse hoje a pintora à agência Lusa, explicando a ligação no título entre o tema histórico do Génesis com o erotismo. 

Ao longo do seu percurso a artista chegou a equacionar “se a dor de Cristo não seria também um orgasmo”, porque “o erotismo não é sempre ligado ao prazer, também é ligado à dor”. 

“Nesse sentido”, acrescenta, “até o posicionamento da mulher, ou das mulheres que eu tenho pintado, não é, do todo, ligado a qualquer situação erótica ou muito menos a qualquer situação pornográfica”, mas antes “no sentido do ser e do estar, no ato do existir”. 

É esse conceito, “que foi quase sempre a minha linha”, que se destaca na exposição de Maria João Franco.

“Além da minha linha de trabalho, é a minha linha de pensamento: reflete aquilo que eu sou, não há ‘bluff’, não há artifício, não há o seguir da moda; eu pinto aquilo que quero e que me apetece”, frisa a artista, que ainda não sabe quantos quadros vão estar patentes em Leiria. 

“São muitos! Estamos em montagem, a fazer opções sobre o que fica, o que não fica, o que liga e o que não liga”, admitiu.

As obras reunidas ligam desde os primeiros trabalhos, há quase 60 anos, até aos mais atuais, que Maria João continua a produzir: 

“Houve uma altura em que eu trabalhava muito todos os dias, agora afrouxei um bocadinho,  claro, até para a gestão de saúde. Mas continuo a pintar, até morrer! Senão, o que vou fazer? [risos]”.

Esta retrospetiva inclui também, no Banco das Artes, um núcleo dedicado ao pai da pintora, o dramaturgo, encenador e ator Miguel Franco (1918 – 1988): 

“É uma pequena – e eu queria que fosse grande, mas dentro de mim é grande – homenagem ao meu pai como ser, como pessoa, como ser que lutou contra o sofrimento e contra a injustiça”, assumindo-se ainda como “um cidadão ligado à cultura e à cultura de Leiria de uma maneira muito, muito afincada”, concluiu Maria João Franco.

A exposição “Genesis – Eros erótica” é inaugurada às 18 horas de sexta-feira no Banco das Artes Galeria, em Leiria, onde fica patente até 24 de setembro. 

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