Assinar
Sociedade

Morreu o historiador leiriense José Mattoso, aos 90 anos

José Mattoso foi dono de um percurso invulgar e preenchido. Nascido em Leiria, onde viveu até aos 13 anos, foi monge beneditino, diretor da Torre do Tombo e presidente do Instituto Português de Arquivos, entre outras funções.

José Mattoso viveu em Leiria até aos 13 anos Foto: Rui Jorge Martins/SNPC

José Mattoso, natural de Leiria, morreu este sábado, aos 90 anos.

A notícia é avançada pela agência Lusa, segundo informação prestada pelo diretor da Torre do Tombo, Silvestre Lacerda, que destaca o papel do historiador na modernização dos arquivos nacionais e municipais.

José Mattoso nasceu em Leiria em janeiro de 1933 e aí viveu até aos 13 anos. É o quarto de sete filhos. Era esta a cidade da mãe. O pai, natural de Arganil, era formado em Direito e foi durante muitos anos secretário da Escola Comercial e Industrial de Leiria. Foi a sua nomeação como diretor da Escola Pedro de Santarém que levou a família a mudar-se para Lisboa. Integrou o grupo de trabalho que criou o ciclo unificado, aquando da reforma Pires de Lima.

Aos 17 anos, José Mattoso entrou na Ordem dos Beneditinos. É como monge que tira a licenciatura e o doutoramento em Ciências Históricas, na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. Mas acabaria por pedir dispensa dos votos religiosos e passar ao estado laical. Casou e teve três filhos.

Do pai, José Mattoso colheu o gosto e interesse pela Idade Média, época a que se dedicou como historiador. Foi professor da Faculdade de Letras de Lisboa e vice-reitor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Exerceu ainda as funções de presidente do Instituto Português de Arquivos e foi diretor da Torre do Tombo. Viveu em Timor-Leste. Aí, lecionou no Seminário Maior de Díli e colaborou na recuperação do Arquivo Nacional e no Arquivo da Resistência.

Autor de uma extensa lista de títulos, dirigiu obras coletivas relevantes como “Portugal. O sabor da terra”, “A história da vida privada em Portugal” e “Património de origem portuguesa no mundo”.

Aquando da entrevista concedida por escrito ao REGIÃO DE LEIRIA, em outubro de 2020, José Mattoso residia no Campus Neurológico Sénior, em Torres Vedras, devido a doença de Parkinson.

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Ao subscrever está a indicar que leu e compreendeu a nossa Política de Privacidade e Termos de uso.

Artigos de opinião relacionados