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Sociedade

Historiador José Mattoso recordado como “um dos grandes sábios portugueses” por várias figuras nacionais

Câmara de Leiria decretou três dias de luto municipal, com a colocação da bandeira a meia haste.

A Câmara Municipal de Leiria decretou, este domingo, três dias de luto municipal, com colocação da bandeira do Município a meia haste, na sequência do falecimento de José Mattoso.

Em comunicado, a autarquia manifestou “o seu profundo pesar perante a morte de José Mattoso e associa-se ao luto e à dor sentida pela família e amigos mais próximos”.

A nível nacional, são várias as figuras que recordam o leiriense José Mattoso e o seu papel como um dos maiores historiadores portugueses. O conhecido historiador faleceu ontem, sábado, aos 90 anos.

O Presidente da República considerou que José Mattoso foi “um dos maiores historiadores” e um dos “grandes sábios portugueses”, destacando a sua “indispensável bibliografia no campo da História Medieval”.

“José Mattoso foi um dos maiores historiadores portugueses e um dos grandes sábios portugueses”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.

O chefe de Estado recorda que José Mattoso, “filho de um conhecido historiador”, começou “por ser monge beneditino, em Portugal e na Bélgica, tendo-se licenciado em História e doutorado em História Medieval pela Universidade Católica de Lovaina”.

“Regressado ao nosso país, e à condição laical, foi durante décadas investigador e professor, nomeadamente na Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa, diretor do Instituto Português de Arquivos e diretor da Torre do Tombo”, lê-se na nota.

Marcelo Rebelo de Sousa destaca ainda que, “além de uma longa e indispensável bibliografia no campo da História Medieval”, José Mattoso coordenou também uma “importante História de Portugal em oito volumes” e “escreveu sobre a historiografia e sobre a identidade nacional”.

“Um dos seus livros mais lidos e mais premiados é ‘Identificação de um País: Ensaio sobre as Origens de Portugal’. A biografia ‘D. Afonso Henriques’ diz não apenas tudo o que é possível dizer de um rei acerca do qual existem poucas fontes, mas tudo sobre a época em que viveu”, refere-se.

O Presidente da República recorda que, devido à sua obra, foi atribuído o Prémio Pessoa a José Mattoso, assim como o grau de Grande-Oficial da Ordem de Sant’iago da Espada.

“Teve igualmente algumas intervenções no âmbito cívico e político e dedicou um tocante empenho à nascente nação de Timor-Leste. Mesmo depois de deixar a vida consagrada, nunca abandonou a dimensão do sagrado e da fé”, destaca-se.

O chefe de Estado salienta que, no passado mês de janeiro, quando José Mattoso fez 90 anos, teve a oportunidade “de lhe exprimir a gratidão e a admiração dos portugueses”.

“Na sua partida, manifesto à família de José Mattoso o meu sentido pesar”, lê-se.

O historiador José Mattoso morreu hoje com 90 anos, afirmou o atual diretor da Torre do Tombo, destacando o seu papel na modernização dos arquivos nacionais e municipais.

Em declarações à Lusa, Silvestre Lacerda confirmou a morte “esta manhã” de José Mattoso, ex-diretor da Torre do Tombo, destacando que o historiador se preocupou em “valorizar a memória nacional”.

O atual diretor da Torre do Tombo recordou que José Mattoso foi presidente do Instituto Português de Arquivos, criado em 1988, que foi o primeiro organismo português vocacionado para criar e gerir um sistema nacional de arquivos.

Da fusão do Instituto Português de Arquivos com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo resultaram os atuais Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.

Quando dirigiu a Torre do Tombo, de 1996 a 1998, José Mattoso colocou Portugal “em contacto com o Conselho Internacional de Arquivos”, lembrou Silvestre Lacerda.

Também António Costa se manifestou sobre a morte de José Mattoso.

O primeiro-ministro recordou o historiador como uma “figura notável” da historiografia e uma “referência maior da cultura” portuguesa, considerando que o país lhe deve “um novo olhar” sobre a identidade nacional.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, António Costa diz ter sido “com profunda tristeza” que teve conhecimento do falecimento do historiador José Mattoso, considerando que foi uma “figura notável” da historiografia portuguesa e “referência maior da cultura”.

“Devemos-lhe um novo olhar sobre a nossa identidade, um conhecimento profundo do nosso passado e um cuidado na preservação da memória do país. À família e amigos, transmito os meus sentidos pêsames”, lê-se na mensagem.

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