O principal compromisso do jornalismo é a procura da “verdade”. Uma missão que responsabiliza tanto jornalistas, como cidadãos. Em “Os Elementos do Jornalismo: O que os profissionais de jornalismo devem saber e o público deve exigir”, Bill Kovach e Tom Rosenstiel referem-no, embora quase esquecendo o papel dos cidadãos – mais tarde reconheceram a importância destes na construção noticiosa. Algo que ainda se repete com frequência, quase uma década depois do livro ter sido publicado. Os estudiosos têm-se focado mais na profissão, nos profissionais e no produto, do que noutros atores, igualmente relevantes em todo o processo.
Neste contexto, importará questionar: será que os cidadãos, de uma maneira geral, “exigem” alguma coisa do jornalismo? Para Kovach e Rosenstiel, a sua principal finalidade “é fornecer aos cidadãos a informação de que precisam para serem livres e se autogovernarem”. Essa informação, que os jornalistas trabalham, resulta naquilo que conhecemos por notícias. Mas será que elas interessam aos cidadãos? Servem-lhes para alguma coisa? Que implicações têm no seu quotidiano? “Precisam” mesmo delas? Serão mesmo determinantes para os cidadãos se “autogovernarem”?
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Ficam as questões como exercício de reflexão. A recente tempestade e as suas implicações no concelho e no distrito parece-nos um bom exemplo para ajudar a responder a parte delas.
(texto publicado a 14 de fevereiro de 2013)