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Margem esquerda: Somos as nossas escolhas

Inicio hoje uma relação de um ano com o “Região de Leiria”. Há casamentos que duram menos, sobretudo se, tal como este, apenas se consumarem de três em três semanas.

Adérito Araújo, Professor universitário aderito.araujo@gmail.com

Inicio hoje uma relação de um ano com o “Região de Leiria”. Há casamentos que duram menos, sobretudo se, tal como este, apenas se consumarem de três em três semanas.

Para evitar mal-entendidos, previno já que esta coluna nunca será isenta e imparcial. A nossa sociedade que exige, como nunca, cidadãos participativos, que saibam fazer escolhas informadas e não se limitem a andar ao sabor da corrente. Eu optei por caminhar na margem esquerda.

Vivemos uma gravíssima crise para a qual temos a sensação de que não contribuímos. Mas isso não é verdade! As nossas escolhas, individuais e colectivas, moldaram um mundo altamente globalizado e impessoal, onde o capitalismo “de casino” dita as suas regras e a democracia é achincalhada todos os dias.

Estamos revoltados mas não conhecemos o rosto de quem nos oprime. Falta-nos uma linguagem, uma arma, para combater um inimigo difuso e global. Queremos salvar o mundo mas não saímos do sofá.

Mas é pela afirmação das especificidades locais que podemos ser competitivos globalmente. Temos que ser exigentes connosco próprios, com o nosso condomínio, com a escola dos nossos filhos, com a nossa autarquia, com a imprensa regional. Temos que participar em Associações de Pais, grupos de teatro, clubes de cinema, Ligas de Amigos.

Se queremos salvar o mundo temos que começar por ajudar a mãe a lavar a loiça.

(texto publicado na edição em papel de 11 de Novembro de 2011)