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Partilhando: Um desafio para Leiria

Tendo como ponto de partida esta imagem, ocorreu-me a ideia da implantação, no centro de Leiria, de um Museu da Indústria.

Cristina Barros, Professora do IPL e presidente da Incubadora D. Dinis cristinabarros.rl@gmail.com

Que novo paradigma podemos implementar em Leiria, que crie uma nova atitude, mobilize os seus habitantes, seja um ponto de atração turística e que persista na memória de todos aqueles que por aqui passam?

A cidade de Bilbau é exemplo da criação de um novo modelo urbano. Existe inequivocamente uma Bilbau antes e depois do Museu Guggenheim. A cidade, que era um polo industrial e portuário em declínio, transformou-se numa capital vibrante e moderna com a instalação daquela estrutura cultural. Apesar de se apresentar como uma obra futurista, o arquiteto Frank Gehry teve a preocupação de nela integrar o passado da cidade, tanto através da forma, a lembrar a tradição naval da cidade, como nos materiais utilizados, onde se destacam as placas de titânio que revestem o edifício e que foram produzidas pela indústria local.

Cada detalhe do museu tem uma história subjacente, contribuindo para um todo harmonioso que perpetua a identidade e a memória da cidade em cada visitante.

Como poderemos transpor a história da cidade e da região de Leiria num novo paradigma, sem uma rutura com o existente, criando antes um modo diferente de olhar e transformar a realidade?

Quando afirmo que vivo em Leiria é comum ouvir o comentário: “Leiria é uma cidade dinâmica, empreendedora e está numa região de indústrias inovadoras e fortemente tecnológicas.”

Tendo como ponto de partida esta imagem, ocor­reu-me a ideia da implantação, no centro de Leiria, de um Museu da Indústria, futurista, que de um modo dinâmico e interativo contasse a história da indústria na cidade e tivesse à disposição dos seus visitantes um conjunto de atividades lúdicas e pedagógicas, bem como um laboratório de provas de conceito, uma loja, um café, um restaurante e um espaço de congressos. Um espaço âncora, que seja uma referência nacional e internacional e um reflexo da essência da região. Para financiar a sua implantação poder-se-ia recorrer a um sistema de crowdfunding (financiamento colaborativo) através da criação de uma associação sem fins lucrativos e investimentos privados. O objetivo seria criar uma estrutura sustentável e independente de financiamento público.

Trata-se apenas de uma ideia que tem por objetivo lançar o desafio aos leitores, para que juntos pensemos em “algo” que crie um novo paradigma na região, que persista na memória de todos aqueles que por aqui passam, para que queiram voltar e ficar.

(texto publicado a 11 de abril de 2013)