Na conquista que o praticante do yoga pretende adquirir sobre os seus estados de consciência, a necessidade de dominar os desejos, o prazer ou a dor refletem um necessário controlo dos sentidos.
Este estágio é chamado de Pratyáhára, que designa a abstração dos sentidos através do seu controlo. Isto é a intenção de retirar os sentidos dos objetos e assumirem estes a forma da mente.
Depois do domínio daposição (Dhyanásana) e da atenção deixar de ser solicitada pelo corpo, depois de se adquirir estabilização através do sopro vital (Pránáyáma), inicia-se o direcionamento da atenção para o interior do ser. Durante este período consciente poderá haver supressão dos sentidos. Como as tartarugas que recolhem as suas extremidades e com elas os seus sentidos recolhem-se para dentro.
O microcosmos fica assim à disposição do praticante, podendo este desvendar fascinantes tesouros dentro de si.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Sem sensação física ou impulso corporal, sensações tão elementares como calor, frio, dor ou deleite, inibem-se. Os grandes obstáculos são as distrações da mente causadas por vezes por dúvida, apatia, indolência, apego ao prazer, às noções erradas, à instabilidade para praticar e manter a concentração.
O fluxo da atenção torna-se estável pela prática assídua e pelo hábito. Uma parte da nossa vida poderá estar imersa em sofrimento, angústia e ansiedade, daí a verdadeira necessidade de controlar os sentidos e vencer o descontrolo emocional.
(Texto publicado na edição de 17 de agosto de 2012)