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Grupo de militantes denuncia “irregularidades” na votação da lista do PS de Leiria às legislativas

Um grupo de militantes socialistas entregou, ao início da noite de ontem, sexta-feira, um pedido de impugnação da votação para a escolha da lista de candidatos a deputados no círculo de Leiria.

Um grupo de militantes socialistas entregou, ao início da noite de ontem, sexta-feira, um pedido de impugnação da votação para a escolha da lista de candidatos a deputados no círculo de Leiria.

A composição da lista que o PS se prepara para levar a votos no círculo eleitoral de Leiria, nas legislativas do próximo outono, foi conhecida a meio desta semana. Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, é o cabeça-de-lista, sucedendo à eurodeputada Margarida Marques, que encabeçou a candidatura socialista no distrito há quatro anos. 

Mas o processo de validação dos candidatos, no âmbito da comissão política distrital do partido, não foi consensual. O advogado José Pereira dos Santos encabeça o grupo de 14 militantes que entregou o pedido de impugnação da votação de dia 17.  

“Pede-se a declaração de nulidade da votação e a sua repetição”, confirma, ao REGIÃO DE LEIRIA, José Pereira dos Santos. Este pedido, explica, tem por base o facto de, “na votação, para a escolha de lista de candidatos a deputados, terem votado 12 membros do Secretariado Federativo”, algo que, assegura, é proibido pelos estatutos.

Na prática, este grupo de militantes alega existirem “irregularidades no número de militantes com direito a voto” e pretende que a Comissão Nacional de Jurisdição e a Comissão Federativa de Jurisdição, suspendam a deliberação que aprova a lista de candidatos às próximas eleições
legislativas.

José Pereira dos Santos, que apresentou uma lista alternativa à que foi escolhida pela estrutura distrital do partido, reconhece que a repetição da votação poderá não ter impacto no resultado final, no que se refere à aprovação da lista, mas frisa que esta é “uma questão de princípio”. 

Na contagem dos votos, a lista vencedora contou com 34 votos contra 19 da lista alternativa, uma vantagem que ultrapassa os doze votos contestados. 

“O resultado final será certamente o mesmo, mas este tipo de atitudes não é admissível. Violam princípios básicos de democraticidade”, refere o advogado. 

Já António Sales, líder da distrital de Leiria do PS, lembra que as duas listas foram a votos e o resultado foi claro. “Estamos dentro do que dizem os estatutos e vamos respeitá-los”, explica, adiantando que aguarda uma decisão célere dos órgãos competentes na resolução destas questões técnicas e jurídicas: “Sabemos que temos razão”, reforça. 

Ainda assim, lembra que o resultado permaneceria inalterado, mesmo que não fossem considerados os 12 votos que agora são colocados em causa. 

António Sales faz uma leitura política muito crítica da tomada de posição de José Pereira dos Santos: “quer ganhar na secretaria o que não ganhou no terreno de jogo, num ressabiamento de quem nunca ganhou nada nas disputas eleitorais no partido”. 

O número um da distrital socialista acusa ainda o advogado de estar contra o líder do partido, António Costa, ao apresentar uma lista que não negociou com a estrutura nacional. “Está, como sempre, fazer o jogo do PSD, tentando impedir uma lista ganhadora de ter um grande resultado”, refere ainda. 

“Está em desespero, na antecâmara do seu residual significado político, usa todos os expedientes possíveis para defraudar as expectativas do PS”, acusa António Sales.

CSA


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