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Cultura

Museu Industrial e Artesanal Têxtil nasce em Mira de Aire para lembrar a importância da lã

Espaço dedicado aos lanifícios pretende homenagear trabalhadores da indústria têxtil.

O Museu Industrial e Artesanal do Têxtil (MIAT) é inaugurado na segunda-feira em Mira de Aire, para recordar a importância da lã e de quem a trabalha, explica o fundador.

Instalado em cerca de 900 metros quadrados da antiga fábrica de tapetes D. Fuas, fundada em 1933 – que mais tarde seria a Tapetes Vitória -, o MIAT surge da iniciativa privada de um empresário com ligações familiares ao setor.

José Paulo Baptista explica que o museu é “um sonho antigo”, que nasce associado ao gosto de visitar museus dedicados aos lanifícios e têxteis noutros países e à vontade de “homenagear a família e todas as pessoas que trabalharam nesta indústria”.

O MIAT está instalado num território com tradição na produção de lanifícios, Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, e Minde, já no distrito de Santarém. Mas isso hoje é quase só uma memória longínqua.

“A indústria de lanifícios em Mira de Aire e Minde é praticamente inexistente. Ainda há algumas fábricas, mas foi bastante afetada pelos artigos que vinham da Índia e da China. As carpetes e tapetes, também produzidos na Ásia, são muito mais baratos, o que acabou com a indústria na nossa zona e também no país, como são os casos da Covilhã e Castanheira de Pera”, lamenta.

Para contar essa história, depois de adquirir uma dessas fábricas já encerradas, José Paulo Baptista recuperou o espaço – mantendo a traça original – e instalou lá máquinas e equipamentos que foi colecionando ao longo dos anos.

Fundador do museu tem ligações familiares ao sector

Na sala do antigo berçário e creche dos filhos das operárias é descrito o processo artesanal e industrial de produção da lã, desde a tosquia à tecelagem, passando pela lavagem, tinturaria, cardação e fiação. Dali nasciam, depois, tapetes, mantas, fazendas e malhas.

No eixo Mira-Minde subsistem escassas unidades tradicionais e industriais de produção, mas o promotor do MIAT diz que “não há esperança” num regresso ao fulgor dos tempos que projetaram a fama dos lanifícios ali produzidos.

Restam as memórias, como “a da maior tapeçaria do país, feita na fábrica Vitória”, patente na Igreja de Mira de Aire. A partir de segunda-feira, essa recordação é contada pelo MIAT.

“Espero que as pessoas que venham cá levem um bocadinho mais de conhecimento sobre a lã e para que era utilizada, ficando a conhecer um produto que é biodegradável e 100% natural”, conclui José Paulo Baptista.

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