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Sociedade

PR pede apoio transparente e não discriminatório do Estado à comunicação social

Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que os órgãos de comunicação social que têm permitido aos portugueses “estar bem informados” estejam “a ser vítimas da crise económica associada à crise sanitária”

“Vivemos tempos estranhos e é nestas alturas que acabamos por reconhecer, ainda mais, o papel fundamental e determinante do jornalismo de qualidade”.

Apesar da distância que passou a ser norma, a Associação Portuguesa de Imprensa não quis deixar passar em branco o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e destaca a importância de um jornalismo livre e independente.

Não obstante o momento crítico e o seu impacto para o sector, “continuamos a lutar por uma imprensa forte, verdadeira e de confiança. Continuamos o nosso combate contra a desinformação e a manipulação jornalística”, frisa a associação.

O Presidente da República renovou por sua vez hoje o apelo para que o Estado apoie a comunicação social, considerando que deve fazê-lo “de forma transparente e não discriminatória”, num momento em que se agravou a crise neste setor.

Marcelo Rebelo de Sousa divulgou esta mensagem no portal da Presidência da República na Internet, numa nota em que assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, e na qual afirma que, “sem informação livre e plural, não há democracia”.

O chefe de Estado, que entre segunda e terça-feira irá receber presidentes executivos dos principais órgãos portugueses de comunicação social, entende que “a conjuntura veio acentuar uma crise que este sector já vivia”, e para o qual alertou anteriormente.

Depois, assinala que a Constituição da República Portuguesa não só estabelece que “é garantida a liberdade de imprensa”, como determina que “o Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico”.

“Por isso, neste dia quero sublinhar que, em nome do pluralismo e da liberdade de imprensa, o Estado pode e deve estar atento e apoiar a sustentabilidade dos media de forma transparente e não discriminatória; assim como salientar que todos os que defendemos a liberdade e a democracia devemos combater o discurso anti mediático levado a cabo por tantos, incluindo responsáveis políticos de nível mundial, e que só semeia confusão e alimenta populismos”, acrescenta.

Marcelo Rebelo de Sousa argumenta que “uma informação transparente e de confiança é necessária para construir instituições justas e imparciais, construir relações de confiança entre eleitos e eleitores, fiscalizar os poderes e manter uma sociedade esclarecida, plural e vigilante”.

“Nos dias que vivemos de combate à pandemia de covid-19, espero que tenhamos percebido isso de forma ainda mais premente. Hoje em dia, de facto, há muitas formas de espalhar e partilhar informação, muitas vezes falsa ou, pelo menos, não segura, pelo que se tornou ainda mais importante termos órgãos de informação jornalística livres, seguros e confiáveis”, considera.

“Sem órgãos de informação livres, plurais e transparentes e sem respeito por essa liberdade não há democracia inteira e completa”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

O Presidente da República realça que, “por isso também” fez questão de que, “em todos os decretos de estado de emergência, não houvesse qualquer restrição à liberdade de informar e de estar informado”.

Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que os órgãos de comunicação social que têm permitido aos portugueses “estar bem informados” estejam no atual contexto “a ser vítimas da crise económica associada à crise sanitária”, e adverte que “muitos enfrentam já limites ao seu funcionamento”.

Mensagem de António Guterres

Também António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, sublinhou a importância do jornalismo no atual contexto da Covid-19.

“Os jornalistas e os profissionais dos media são cruciais para nos ajudar a tomar decisões informadas” e estas “podem fazer a diferença entre a vida e a morte” no atual contexto pandémico, sublinhou ao assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

À medida que a pandemia se espalha, dá origem também a uma segunda pandemia, a de desinformação, desde conselhos prejudiciais à saúde até ferozes teorias da conspiração. A imprensa fornece o antídoto: notícias e análises verificadas, científicas e baseadas em factos.António Guterres, secretário-geral da ONU

Agradecendo aos media por fornecerem “factos e análises; por responsabilizarem os líderes – em todos os setores; e por dizerem a verdade ao poder”, o responsável deixou um apelo “aos governos para que protejam os trabalhadores dos media e que fortaleçam e mantenham a liberdade de Imprensa, que é essencial para um futuro de paz, justiça e direitos humanos para todos”.

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