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Empresa de Leiria desiste de comprar a Dielmar que fica numa “situação difícil”

Assembleia de credores agendou uma reunião para o dia 10 de novembro para que a comissão de credores discuta as duas propostas existentes

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa (STBB) revelou que o processo da Dielmar fica numa “situação difícil”, após a empresa de Leiria Outfit 21 ter retirado a sua proposta de compra.

“Nós tivemos a informação, por parte do administrador [da insolvência] que comunicou à comissão de credores, que efetivamente o apoio [bancário] da qual a Outfit 21 estava à espera tinha sido recusado e retiraram a proposta. Perante essa situação, como é óbvio, ficamos aqui numa situação difícil, porque, na prática, deixam de existir propostas concretas”, afirmou na quinta-feira, dia 4, Marisa Tavares.

O sindicato não se pronunciou a propósito desta proposta dos 10 milhões de euros, referindo-se apenas à intenção da empresa de Leiria.

A possibilidade de aumentar a capacidade produtiva, para responder ao grande acréscimo da procura, estava na base da proposta que a Outfit 21 apresentou para a aquisição da Dielmar, uma empresa têxtil de Castelo Branco que está falida e tem 245 trabalhadores à espera de uma solução.

“A ideia é termos mais uma unidade de produção, para podermos dar resposta à carteira de encomendas. A nossa proposta surge como uma oportunidade de podermos, de uma forma rápida, responder ao mercado”, explicou em outubro ao REGIÃO DE LEIRIA o administrador da empresa de Leiria, Mário Gaião.

A proposta de aquisição resultava “essencialmente da necessidade de crescer a capacidade produtiva, insuficiente na unidade do Arrabal, por falta de mão de obra na região, e não tanto de uma questão sentimental ou relacionada com a marca Dielmar”, adiantou então Mário Gaião, antigo diretor de produção da empresa de Castelo Branco.

A aquisição “resolveria as necessidades da Outfit 21 e garantia a manutenção da Dielmar e dos postos de trabalho em Castelo Branco”. No caso da expansão da empresa de Leiria, se não for esta, “terá de ser encontrada outra solução do género”.

Fundada em 1965, em Alcains, no concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de Covid-19.

A Dielmar pediu a insolvência no passado dia 2 de agosto, tendo o Juízo de Comércio do Fundão da Comarca de Castelo Branco declarado a insolvência da empresa no dia seguinte.

Em 26 de outubro, a assembleia de credores da Dielmar decidiu agendar uma nova reunião para o dia 10 de novembro, para que a comissão de credores discuta as duas propostas existentes, uma das quais de 10 milhões de euros.

A assembleia de credores, que decorreu no Tribunal do Fundão, foi surpreendida nesse com a divulgação dos pormenores de uma das duas propostas existentes e que envolve um total de 10 milhões de euros e que abrangem a totalidade dos ativos da empresa.

Com Lusa

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