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Leiria Exclusivo

Arqueólogos procuram novos vestígios de presença humana no Lapedo, Boa Vista e Maceira

Dias 7 de agosto e 4 de setembro há visitas guiadas para partilhar as últimas descobertas feitas no Abrigo do Lagar Velho e na Gruta da Buraca da Moira, respetivamente.

Projeto "Paleorescue - O Paleolítico Superior e a Arqueologia Preventiva em Portugal: desafios e oportunidades” regressou à Maceira em julho (fotografia de arquivo)

Novos dados sobre a história da ocupação humana continuam a surgir dos trabalhos arqueológicos realizados no concelho. Atualmente há três projetos em curso: no Abrigo do Lagar Velho (Lapedo), na bacia do Lis e na Maceira, que resultam de parcerias da Câmara Municipal com entidades de referência na área da ciência, investigação e ensino.

Até 14 de agosto, 15 investigadores estão envolvidos em nova campanha do projeto “O Abrigo do Lagar Velho e os primeiros humanos do extremo ocidental europeu”, que teve início em 2018. Os trabalhos de prospeção têm decorrido em diferentes sítios do Vale do Lapedo, como é o caso do Abrigo da Salsaparrilha, informa o município de Leiria. Em causa está a continuação da escavação no Abrigo do Lagar Velho, onde foi encontrado o “Menino do Lapedo”, em zonas que já foram escavadas anteriormente como também em áreas contíguas ainda intactas.

O projeto do Abrigo do Lagar Velho já deu origem a uma conferência internacional aquando dos 20 anos sobre a descoberta do “Menino do Lapedo”, uma exposição itinerante na Croácia – premiada pela Associação Portuguesa de Museologia – e inspirou o livro infantil “O Menino do Lapedo”.

Em curso no terreno está também “EcoPLis – Ocupação Humana plistocénica nos Ecótonos do Rio Lis”, que procura compreender os modos de vida e os rituais de morte das populações pré-históricas que habitaram a bacia do Rio Lis, especialmente durante o Paleolítico (até há 12 mil anos). Também este projeto envolve especialistas nacionais e internacionais, numa equipa de 15 elementos. Desde 2015 já foram descobertas dezenas de sítios arqueológicos, que integram hoje a Carta Arqueológica do Concelho de Leiria, sublinha o município.

Vários destes locais mereceram escavação arqueológica, nomeadamente nas Uniões de Freguesias de Santa Eufémia e Boa Vista, Souto da Carpalhosa e Ortigosa, Santa Catarina da Serra e Chainça, freguesia de Maceira e, fora do concelho de Leiria, na freguesia de Reguengo do Fetal, na Batalha. Nesta Fase 2 da investigação, o foco está na Boa Vista e nos vestígios deixados na Gruta da Buraca da Moira pelas populações pré-históricas de caçadores-recoletores e primeiros agricultores a fixarem-se na bacia do Rio Lis.

Por fim, em julho terminou nova fase de “Paleorescue – O Paleolítico Superior e a Arqueologia Preventiva em Portugal: desafios e oportunidades”, que levou os investigadores novamente até ao sítio arqueológico Portela 2, no Vale Brusco, Maceira. O projeto procura contrariar assimetrias que resultam da ausência de investigação em várias áreas do território, onde se verificam “grandes áreas desertas no mapa de distribuição de sítios paleolíticos”, avança o município. Os trabalhos decorrem com o estudo dos materiais descobertos em Portela 2 e também em Calvaria 2, no concelho de Porto de Mós.

Para estas campanhas arqueológicas é utilizado como centro nevrálgico o Laboratório de Campo de Arqueologia, instalado na antiga Escola de Apariços, em Santa Eufémia.

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